André Mendonça

André Mendonça || Crédito: Rosinei Coutinho/SCO/STF

Mais novo ministro do STF mostra certo desprendimento de seu “criador” Jair Bolsonaro ao encaminhar pedidos de investigação contra o presidente à PGR

Não que tivesse sido essa a declaração inconteste de independência de um juiz do STF em relação a seu “criador”, ou ao menos de quem o indicou para esse posto, como no caso, André Mendonça e Jair Bolsonaro.

Mas Mendonça poderia já começar sua longa vida de ministro do Supremo colocando os pés pelas mãos, e não o fez.

No sábado (12), como faria qualquer pessoa de bom senso, Mendonça encaminhou à Procuradoria Geral da República três pedidos de investigação contra o presidente da República por conta de fala do mandatário a empresários paulistas docemente sorridentes em que disse ter mandado trocar a diretoria do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).

Tal gesto do presidente pode ter contribuído para a retomada de obras de uma loja da Havan, rede varejista controlada pelo empresário bolsonarista Luciano Hang.

Com o gesto de Mendonça, a suposta ajuda a Hang, ao arrepio do que determinariam os instrumentos legais de preservação do patrimônio histórico, agora deve ser investigada pela PGR – ou, melhor dizendo, não deve ser investigada pela PGR, a se levar em conta a verdadeira volúpia com a que Augusto Aras e seus meninos não se entregam em casos envolvendo Bolsonaro.

De qualquer forma, Mendonça, cuja aprovação de sua indicação para o STF pelos senadores da República foi comemorada com euforia no palácio do Alvorada, acabou por dar uma resposta às dúvidas de sua isenção para o caso manifestadas pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Randolfe é um dos três proponentes das investigações apreciadas por Mendonça.

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