No principal evento do dia em Brasília, a reabertura do STF – e, assim, do Poder Judiciário –, o presidente rotativo do Tribunal, Luiz Fux, transmitiu alguns recados em seu discurso. O evento foi transmitido virtualmente. Apenas Fux foi ao plenário da Corte.
Jair Bolsonaro não participou da transmissão, tendo encontrado uma boa desculpa para o perdido ao viajar a São Paulo para sobrevoar os estragos feitos pela chuva. Tendo na semana passado faltado a uma intimação feita pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, a ausência veio a calhar.
Fux começou mencionando a pandemia, que influenciou “decisões políticas das nações”, e disse, usando o plural majestático, que “estamos sempre guiados pelas bússolas da razão e da ciência”, ainda que, por conta da pandemia, tenha ocorrido o que chamou de “indesejável polarização política e cultural”.
Sobre as eleições, que acontecem em 2022, e cuja apuração vem sendo desde sempre problematizada por Bolsonaro, Fux disse: “A política e as eleições despertam paixões (…) a política deve ser visualizada pelos cidadãos como a ciência do bom governo. As eleições devem ser oportunidade coletiva para realizarmos escolas virtuosas e para proferirmos votos conscientes voltados para a prosperidade nacional. (…) A democracia não comporta disputas baseadas no nós contra eles.”
“É imperioso que não olvidemos que entre lutas e barricadas, vivemos um Brasil democrático, um Estado de Direito, no expressar nossas divergências livremente”.