Carreira solo: Daniel Goldberg deixa o Farallon para abrir gestora própria

Daniel Goldberg || Créditos: Roberto Setton

Um dos mais respeitados atores do mercado financeiro, ele permanece no fundo até a virada do ano; Antenor Camargo assume em seu lugar a operação na América Latina

O mercado de capitais terá em breve um player imponente. Daniel Goldberg, um dos mais respeitados nomes da área econômica no Brasil, está de saída do Farallon Capital, onde permaneceu por 10 anos no comando da operação na América Latina, para abrir a sua própria gestora de recursos. Ele segue no fundo norte-americano até 1 de janeiro, quando entregará o posto ao seu sucessor, Antenor Camargo.

Incomum entre seus pares, Goldberg estudou Direito e obteve o título de Master of Laws da Harvard Law School – na instituição cursou também disciplinas de economia na Escola de Governo. No Brasil, sem qualquer identificação histórica com o PT, aos 26 anos foi nomeado pelo ex-presidente Lula secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça e tomou posse em 2003 ao lado do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos. A experiência, segundo ele, foi a mais gratificante da carreira. Participou do desenho das reformas microeconômicas junto com outros integrantes do Ministério da Fazenda como Joaquim Levy, Marcos Lisboa e Bernard Appy.

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A porta de entrada no mercado financeiro foi no Morgan Stanley, onde, durante cinco anos, Goldberg ascendeu de chefe do grupo de fusões e aquisições a presidente da companhia no Brasil. Desde então, é um dos mais eloquentes tradutores do sobe e desce do mercado e responsável direto pelo sucesso do Farallon Capital, um dos maiores fundos do mundo com US$ 35 bilhões sob gestão.

No ano passado, em entrevista à PODER, Goldberg analisou o momento econômico atual e alertou: “o mercado não está para peixe”. Caberia uma atualização: não está para peixes pequenos, apenas para os tubarões.