Democracia e diversidade estão em jogo na eleição da OAB-SP

Dora Cavalcanti || Crédito: Reprodução

Para Dora Cavalcanti, que quer ser a primeira mulher a dirigir a quase centenária instituição, gestão do próximo triênio pode ajudar a definir uma “advocacia do futuro”

A campanha pelo comando da OAB-SP ganhou tintas expressionistas neste 2021. Muito por conta dos ataques ao atual presidente e candidato à reeleição, Caio Augusto dos Santos. Santos quebrou promessas que tinha feito em sua campanha de 2018, como não disputar um novo mandato e efetivar o voto online – o negócio ficou para as calendas.

A eleição é na próxima quinta-feira (25), e uma das candidatas mais vocais é a criminalista Dora Cavalcanti, que concorre pela chapa 20. Dora tem atuação destacada no Innocence Project, ONG que defende pessoas condenadas injustamente. A advogada é claramente preocupada com algo que parece se perder de vista no Brasil, como se aqui não houvesse necessidade disso: a justiça social. Para ela, a eleição para o comando do triênio 2022-24 da OAB-SP pode ter o condão de ajudar a “definir uma advocacia do futuro”.

Nunca houve uma mulher a presidir a nonagenária seccional paulista da Ordem, apesar de existir hoje mais advogadas do que advogados. Outra candidata mulher disputa os votos dia 25, Patrícia Vanzolini. Há ainda, além de Caio, mais dois candidatos homens.

Dora começou sua carreira num dos escritórios mais afamados do Brasil, o do ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos, mas sua companheira de chapa, Lázara Carvalho, é a cara de uma certa democratização do direito, que se opõe frontalmente a um “arcaísmo” macho-branco sempre no comando, como na música de Caetano Veloso. Negra, ela diz que há racismo e machismo na OAB, assim como no direito brasileiro de modo geral.

Veja, abaixo, entrevista que Dora Cavalcanti concedeu ao editor de Folha Online, Paulo Vieira.