Assim como na proverbial história do copo cheio/vazio, há quem verá no último presidente branco da África do Sul, Frederik Willem de Klerk, que morreu nesta quinta (11), na Cidade do Cabo, aos 85 anos, um pusilânime. Afinal, elegeu-se e governou seu país em pleno regime de apartheid, uma aberração condenável sob qualquer ponto de vista.
Mas foi de Klerk que movimentou as peças para que o regime saísse de cena – o que aconteceria de qualquer forma, dada a iniquidade do sistema, os conflitos internos e a pressão internacional.
Em seu governo entre 1989 e 1994, de Klerk libertou Nelson Mandela e legalizou o CNA, força política majoritária que desde Mandela dá as cartas no país. Por conta desses fatos, ele acabou por ganhar o prêmio Nobel daPaz, dividindo-o com Nelson Mandela.
O presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, expressou suas condolências. “[de Klerk tomou a corajosa decisão de levantar o banimento de partidos políticos, libertar prisioneiros políticos e entrar em negociação com o movimento de liberação em meio a severa pressão de muitos de seus eleitores”.