PDT morde a fronha, e Ciro suspende pré-candidatura

Ciro Gomes || Crédito: José Cruz/Agência Brasil

PEC do Calote é aprovada em primeiro turno com votos da oposição, especialmente do PDT, que oferece 15 apoios ao projeto; Ciro Gomes retira candidatura para tentar reverter decisão em segundo turno

O apoio generoso e decisivo da bancada de deputados federais do PDT na votação na madrugada desta quinta (4) da chamada PEC do Calote, também conhecida como PEC dos Precatórios, deixou o ex-governador do Ceará Ciro Gomes, eterno candidato a presidente da República, sem chão. Desta vez ele não ficou exatamente arara, como lhe é peculiar. Ele ficou totalmente decepcionado com o PDT.

Por isso, tomou a decisão de suspender sua pré-candidatura pelo partido à presidência da República para forçar uma reversão da decisão da bancada no segundo turno da votação, que deverá acontecer entre a noite desta quinta e a próxima terça (9) . Ciro usou sua conta do Twitter para comunicar a decisão.

“Há momentos em que a vida nos traz surpresas fortemente negativas e nos coloca graves desafios. É o que sinto, neste momento, ao deparar-me com a decisão de parte substantiva da bancada do PDT de apoiar a famigerada PEC dos Precatórios. A mim só me resta um caminho: deixar a minha pré-candidatura em suspenso até que a bancada do meu partido reavalie sua posição”, escreveu.

Mais de 60% da bancada pedetista apoiou a PEC, aliando-se ao governo para abrir espaço fiscal e garantir mais R$ 90 bilhaozinhos no orçamento de 2022. O racha no partido, e também no PSB, que teve 31% da bancada oferecendo seu apoio à PEC, foi fundamental para garantir 312 votos – eram necessários 308 apoios para o tema avançar.

O líder do partido na Câmara, Wonley Queiroz (PE), que justificou a decisão da bancada com promessas de Lira para pagamentos de precatórios do Fundef, disse ao site Metrópoles que “recebeu com surpresa” a declaração de Ciro.

“Não podemos compactuar com a farsa e os erros bolsonaristas”, escreveu Ciro.