Ex-prefeito de Salvador, cujo destino político pode sofrer revés importante em 2022, tenta sair das cordas e leva sigla que preside, o DEM, à fusão com PSL
Netinho, ou melhor, ACM Neto, o ex-prefeito de Salvador, vive um momento paradoxal. Ao deixar a prefeitura de Salvador, ano passado, conseguiu fazer com sobras seu sucessor, mas isso não lhe credenciou em nada para seguir sua marcha.
O problema é que ele quer governar a Boa Terra, mas para isso terá de se chocar com o PT, que está à frente do estado da Bahia há década e meia, mantém grande popularidade com o atual governador Rui Costa e não vai querer correr riscos de perder o que é hoje seu principal estado.
Sobrou a Netinho, nesse interim, presidir o DEM, partido que no tempo de seu tio foi muito mais relevante e que agora vive um momento neurastênico: está louquinho para apoiar Jair Bolsonaro lock, stock and barrels, mas é incapaz de afirmar isso com todas as letras.
Nesta quarta (6), o ex-prefeito marcou um golzinho, ao confirmar a criação do União Brasil, resultado da fusão de seu DEM com o PSL, hoje o segundo maior partido do Brasil na Câmara, atrás apenas do PT. Houve uma cerimônia em Brasília, mas ele preferiu acompanhar pelo Twitter.
Ali, expressou-se: “Nascido da fusão de dois partidos fortes e em ascensão – DEM e PSL –, o #UniaoBrasil44 é um somatório de forças que tem como propósito servir de base, de caminho para a pacificação, o diálogo, a conjunção de esforços e a paz que os brasileiros desejam e merecem ter.”
Deve haver defecções a granel no União Brasil, com o PSL bolsonarista pegando o chapéu, mas hoje o partido teria 81 deputados federais, 28 a mais do que o PT, e 4 governadores,o mesmo número da principal sigla de oposição.