Mostra e livro homenageiam três décadas de trabalho do mestre concretista Luiz Sacilotto

Luiz Sacilotto (1924 – 2003)

Na exposição estão obras dos anos 1980 e 1990, e uma pequena reprodução de sua estante de pigmentos, pincéis e escalas cromáticas

Com uma panorâmica de mais de três décadas de trabalho do artista plástico Luiz Sacilotto, a Galeria Almeida & Dale apresenta, até 23 de outubro, a mostra Sacilotto – A Vibração da Cor, com curadoria de Denise Mattar e Gabriel Pérez-Barreiro.

Um dos signatários do Manifesto Ruptura em 1952, Sacilotto foi uma das figuras centrais do concretismo no Brasil. Se manteve fiel aos princípios ordenadores do movimento e foi considerado por Waldemar Cordeiro como a “viga mestra da arte concreta”.

É a primeira grande exposição de Sacilotto desde a aquisição de seu espólio pela Almeida & Dale, em 2020. Os curadores explicam que o foco da exposição está na contraposição entre a pesquisa cinética do artista, dos anos 1970, cheia de vibração, mas basicamente monocromática, e a introdução da cor, que ocorre na década de 1980, quando Sacilotto retoma, em outra chave, as cores intensas de sua produção expressionista anterior. “Na continuidade do trabalho, a união dessas duas pesquisas resultou numa obra plena, que reúne rigor e emoção”, afirmam.

Quando volta à pesquisa cromática, Sacilotto realiza estudos detalhados, cria as próprias tintas, usa pigmentos minuciosamente catalogados, o que lhe permite reproduzir com exatidão cada cor. Na exposição estão obras dos anos 1980 e 1990, e há também uma pequena reprodução de sua estante de pigmentos, pincéis e escalas cromáticas. A galeria ainda se prepara para lançar em outubro, na SP-Arte, uma publicação com 250 obras do artista, que integram acervos de instituições internacionais, como MoMA, e nacionais, como MAM-SP e MAC-USP, além de coleções particulares. Com edição da Cosac Naify, serão incluídos desenhos, pinturas, esculturas e trabalhos públicos, fazendo o percurso de toda a carreira do artista.