Houve um momento na vertigem destes tempos bolsonaristas em que se especulou sobre a entrada do ex-presidente (acidental?) Michel Temer no primeiro escalão do Executivo. Ele assumiria o lugar de Ernesto Araújo no ministério das Relações Exteriores. Evidentemente, quem deu corda para a hipótese desconhecia o ditado “macaco velho não põe a mão em cumbuca”.
Temer continuou onde sempre esteve e, nestes últimos dias, intensificou seu trânsito entre os chefes de Poderes numa suposta tentativa de pacificar o ambiente cada vez mais crispado.
Nesta terça-feira (31), em entrevista à CNN Brasil, Temer disse que falou com Bolsonaro por telefone na semana passada. O teor da conversa, segundo o ex-presidente, foi “pacificação e harmonia dos poderes”.
Diante de um interlocutor como esse, o tema de Temer, mesmo que ele tivesse a voz mais melíflua e sedutora do mundo, jamais deixaria de soar como uma faixa qualquer do grupo pós-industrial Einsturzende Neubauten.
Temer ainda teria atuado, conforme informou a Band na quinta-feira (26), para organizar um encontro entre Bolsonaro e o ministro do STF Alexandre Moraes. Ele não confirmou essa informação em entrevista à rádio Bandeirantes nesta terça (31).
Não sabemos se alguém da emissora pediu, em seguida, para ele contar a do papagaio.