Nesta terça (29), o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares e líder do Movimento AR, José Vicente, e Jefferson Nazário, presidente da Fenavist – Federação Nacional apresentam a pesquisa Segurança sem Preconceito, de autoria da professora Susana Durão, da Unicamp.
O trabalho se deu na esteira do assassinato de João Alberto de Freitas, espancado por seguranças numa unidade do supermercado Carrefour de Porto Alegre, no Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro passado. Freitas era negro.
A acadêmica afirma que a pesquisa revelou “aspectos que dificultam a regulação da violência e a luta contra as manifestações de racismo neste segmento”.
Susana ouviu seguranças e suas “vítimas”, e diz que “é impossível negar a presença do preconceito e da discriminação na sociedade brasileira, penalizando frequentemente pessoas e grupos por sua cor”.
A pesquisa faz parte do livro Caso Carrefour, Segurança Privada e Racismo: Lições e Aprendizados, editado pela Unipalmares.
A pedido de PODER Online, a universidade adiantou algumas das propostas de um decálogo de boas práticas para segurança patrimonial, também criado por Susana.
- Avaliar a necessidade de mais instrumentos de proteção para profissionais nas abordagens extremas, como recurso a algemas e outros, e, em caso de validação, atribuir limites e responsabilidades severas quando o uso for indevido;
- Favorecer recrutamentos mais plurais, com variação étnico-racial e de gênero;
- Promover responsabilidade social, local e comunitária nas empresas de segurança;
- Orientar cursos e treinos para mudanças ético-comportamentais nas empresas e nos profissionais;