Antecipação de formação da Comissão do Orçamento de 2022 cria curto-circuito no Congresso

Rose de Freitas e Hugo Leal || Crédito: Agência Senado/Câmara dos Deputados

Pendências da peça orçamentária de 2021 ainda precisam ser desenroladas, e funções principais da CMO dadas ao PSD criam obstáculos para apreciação da nova LDO

O Congresso está em vias de instalar a Comissão Mista de Orçamento (CMO) para começar a analisar a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2022.

Dado o precedente bastante incomum do Orçamento de 2021, aprovado neste mesmo ano de 2021, optou-se por mais sensatez agora. Enfim, algo do tipo.

Esses movimentos antecipados foram aconselhados pelo ministério da Economia para que os parlamentares tenham mais foco e menos melindre na hora de pedir seus favores ao Planalto e ao Congresso – e para que haja tempo de reverter qualquer eventualidade.

O problema é que a decisão teve efeito contrário: a antecedência excessiva fez com que muitos deputados e senadores acreditassem que os embaraços do orçamento de 2021 estivessem finalizados, mas há muita emendas que ainda não saíram do papel.

Temerosos com a falta de dinheiro, integrantes da base já foram reclamar que “promessa é dívida” e, pedindo que o governo acerte o que foi prometido, agora ameaçam tumultuar a escolha de Rose de Freitas (PSD-ES) como presidente da CMO, o que era dado como certo.

Para piorar, alguns ainda fazem questão de lembrar que Hugo Leal (PSD-RJ) ficou com a relatoria e, agora querem criar confusão porque o partido de Gilberto Kassab foi o único a receber cargos na CMO.