Digam o que quiserem, menos que Brasília não é uma cidade divertida. Dia desses, no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), um atropelo processual virou fofoca em questão de minutos, o que acabou criando para a excêntrica esfera de moradores da capital um novo representante: o padroeiro dos estagiários.
Foi assim: um escritório chique da cidade solicitou pedido à Corte para extensão de prazo num importante caso envolvendo seu cliente, dizendo que, por irresponsabilidade do estagiário, os advogados perderam a data de protocolar documentos indispensáveis para o caso.
“Infelizmente, por um descuido do estagiário do escritório, a defesa não teve conhecimento da intimação de tal audiência nem tempo hábil para apresentar os documentos outrora necessários. Por esse motivo, a defesa vem se desculpar”… e blá blá blá.
O juiz reclamou, alegando que “a intimação e os pedidos foram feitos à causídica constituída nos autos, subscritora da petição estampada em tal movimento”, mas aliviou: “ainda que se queira terceirizar a culpa para o estagiário, tratando-se de primeira ocorrência, contudo, acolho a justificativa apresentada”.
E assim, o estagiário, esse incompreendido, seja no direito, seja na Faria Lima, ganhou seu primeiro padroeiro.