“América do Sul vive ebulição à procura de nova experiência social”, diz Safatle

Vladimir Safatle || Crédito: UFRGS/Divulgação

Em live com Joyce Pascowitch, filósofo e psicanalista Vladimir Safatle explica a “revolução molecular” por que passa nosso continente, especialmente no Chile, Colômbia e Argentina

O filósofo e psicanalista Vladimir Safatle foi o convidado da live com Joyce Pascowitch nesta quarta (9). Vivendo hoje em Paris, o filósofo que durante alguns anos foi colunista da Folha de S.Paulo e hoje escreve no El País chegou a arriscar a carreira política institucional, mas teve preterida sua candidatura ao governo paulista em 2014 dentro do Psol, partido ao qual se filiou em 2013.

Safatle falou sobre o conceito da “revolução molecular”, desenvolvida por Felix Guattari e citada pelo ex-presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, que vê seu país em meio a uma revolta popular que já se estende por semanas. Para Safatle, não só a Colômbia, mas boa parte da América do Sul passa por esse momento, vide a nova Constituição chilena, conquistada nas ruas, e o retrocesso da pauta conservadora na Argentina.

A Joyce, Safatle explicou que a “revolução molecular” ocorre quando as dimensões macroestruturais da sociedade (em que se desenvolvem os acordos políticos e econômicos) e as microestruturais, local da “circulação de desejos”, entram em processo de insurreição.

“O continente vive em completa ebulição, à procura de uma nova forma de experiência social, lidando com questões que nunca tinha lidado de maneira adequada, como os resquícios da violência colonial, as marcações de gênero que foram naturalizadas e que agora aparecem como questão central.”

Veja a live, abaixo.