Bruno Dantas quer demissão de auditor das mortes superdimensionadas

Bruno Dantas || Crédito: Marcos Oliveira/Agência Senado

Vice-presidente do TCU diz que, caso comprovada “linha de fiscalização por convicções políticas”, funcionário deve ser punido exemplarmente; dado brandido por Bolsonaro é negado por tribunal

O auditor Alexandre Marques, que produziu a famigerada tabela divulgada por Jair Bolsonaro em favor de seu argumento esdrúxulo de que o número de brasileiros mortos por Covid-19 vem sendo superestimado pode ser demitido do Tribunal de Contas da União (TCU).

Quem diz é o vice-presidente do tribunal, ministro Bruno Dantas, que reafirmou, na presença de PODER Online que, “se ficar comprovado que o auditor utilizou o cargo para induzir uma linha de fiscalização orientada por convicções políticas, será punido exemplarmente”.

O que se sabe até agora é que o documento não teve autorização formal e que teria sido repassado pelo pai de Alexandre ao presidente Jair Bolsonaro, de quem é amigo. Esta, aliás, é a atenuante que ele tentará usar para se defender. A ideia é falar que não partiu dele a ideia de compartilhar as informações.

Para os ministros do TCU, o grande problema foi o presidente ter usado o nome doTCU em mais uma de suas perorações para a claque de seu cercadinho do Alvorada – a maneira clássica de o presidente dar o “start” para as redes sociais nas hipóteses, grande parte mentirosas, que ele costuma ventilar.

Em 2018 ocorreu algo semelhante quando um auditor da Controladoria-Geral da União (CGU) vazou documentos a um jornalista de Brasília. A diferença é que as informações eram uma visão pessoal e não supostamente institucional.