Luana Araújo

José Carlos Araújo e Luana Araújo || Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado

Infectologista que durou poucos dias no ministério da Saúde expõe com contundência e clareza, pela primeira vez à CPI da Covid, consequências nefastas da adoção do “tratamento precoce”

Pela primeira vez na CPI da Covid-19, as consequências nefandas para a saúde pública brasileira do negacionismo científico foram expressas com clareza cristalina.

Nem mesmo com o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, o primeiro a falar à comissão, conseguiu transmitir recado tão potente.

A infectologista Luana Araújo, que durou apenas dez dias na secretaria de enfrentamento à Covid do ministério da Saúde na gestão atual, de Marcelo Queiroga, conseguiu tal proeza mesmo diante de senadores que não se furtam a brandir dados obtidos em pesquisas de baixo valor científico baixo, para não dizer nulo, caso principalmente de Luis Carlos Heinze (PP-RS), Marcos do Val (Podemos-ES) e Eduardo Girão (Podemos-CE).

Luana, que compareceu à sessão acompanhada do pai, também médico e advogado, foi elogiada por diversos senadores por seu desempenho e currículo, mas foi chamada pelo senador Marcos do Val de “dona da verdade” – pecha que ela refutou com educação.

Sobre a cloroquina e o tal tratamento precoce, que é o cavalo de batalha dos senadores negacionistas, ela disse que “esse assunto nunca existiu entre nós”, em menção ao ministro Queiroga.

“O ministro é um homem da ciência. Todos nós somos absolutamente a favor de uma terapia precoce que exista. Quando ela não existe, ela não pode se tornar uma política de saúde pública”, concluiu.