Ninguém nunca perdeu dinheiro por superestimar a estupidez humana, alguém já disse.
Na América do Sul, a frase poderia ser atualizada para: marqueteiro de campanha de candidato de direita nenhum perdeu emprego por insuflar o velho espectro do comunismo, que há algumas boas décadas não ronda continente algum.
A Lusitana roda, mas o mundo parece girar para trás.
No Peru, a eleição presidencial chega à sua última semana muito polarizada. Keiko Fujimori, filha do ex-presidente e autocrata Alberto Fujimori, homem hoje em prisão por crimes contra a humanidade, e Pedro Castillo, professor rural e sindicalista e filho de pais analfabetos, incorporam com rara propriedade os dois lados da velha Guerra Fria em seus portfólios.
A propaganda em Lima e nas principais cidades mostra um “chavismo” iminente do país, o que a visita do opositor venezuelano Leopoldo López, em apoio a Keiko, veio reforçar.
No Peru, as coisas se agudizam pois um grupo terrorista autoproclamado comunista, o Sendero Luminoso, atuou por muitos anos no país, e mortes voltaram acontecer durante a campanha.
A empresa de pesquisa Ipsos mostra empate técnico para as eleições no próximo domingo (6), com Castillo nominalmente à frente. A força de Castillo está em cidades menores e no interior do país, o que dá confiança à sua equipe de que sua vantagem é maior do que indica a Ipsos.