Copa América exige aparato médico e acerto com governadores

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Na Copa de 2014, 10 mil profissionais de saúde foram mobilizados; estrutura para o torneio que o Brasil pode sediar é mais modesta, mas momento para isso é bastante grave

Se Jair Bolsonaro acha que vai tirar as atenções da CPI da Covid-19 promovendo a Copa América no Brasil, meu bem, está muito enganado. O que ocorre é justamente o contrário.

O PR esqueceu que o governo federal não tem estádios e precisa negociar com governadores os locais para os jogos. Na Bahia e em Pernambuco, os chefes do Executivo já disseram que não vai ter bola rolando se houver aglomeração.

Mas o problema de verdade é que grandes eventos esportivos precisam de uma estrutura de saúde disponível para receber jogadores e comitivas internacionais, inclusive UTIs (o que hoje é artigo de luxo no país).

Para se ter uma ideia, PODER Online fez um levantamento no site da Agência Brasil, que apontou que, na Copa do Mundo, 10 mil profissionais de saúde foram capacitados para o evento.

Houve a mobilização, à época, de 531 unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 66 unidades de pronto atendimento e 67 hospitais para atuar de forma integrada.

Basta um único brasileiro ter seu tratamento negligenciado em meio à pandemia, por causa da Copa América, para o governo entender o que representa essa determinação do presidente da República.