Apesar do aniversário do Golpe de 1964 ser nesta quarta (31), a temperatura do dia (até aqui) vem sendo bem menos amena do que o da terça, quando os chefes militares foram demitidos do governo Bolsonaro.
De qualquer forma, o movimento “revolucionário” militar foi lembrado por bastante gente.
Pelo terceiro ano seguido, o vice-presidente Hamilton Mourão usou as redes sociais para exaltar a ação que deu origem ao regime militar no Brasil, em 31 de março de 1964.
Neste 2021, o VP disse via Twitter que “há 56 anos, as FA (Forças Armadas) intervieram na política nacional para enfrentar a desordem, subversão e corrupção que abalavam as instituições e assustavam a população”. Tortura, perseguição política, fechamento do Congresso, debacle econômica, carestia e autoritarismo, não por acaso, não apareceram nos tuítes.
Na mesma rede, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) engrossou o coro, afirmando que o golpe foi resultado de uma “vontade popular” cristalizada pelas Forças Armadas. Para complementar, publicou um discurso do presidente, enquanto deputado, de 2014, exaltando o maior torturador do Brasil, coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra.
Do outro lado do front bolsonarista, o ministro do STF Luís Roberto Barroso, com a elegância que lhe é característica, usou tom didático: “Para as novas gerações: só pode sustentar que não houve ditadura no Brasil que nunca viu um adversário do regime que tenha sido torturado, um professor que tenha sido cassado ou um jornalista censurado. Tortura, cassações e censura são coisas de ditaduras e não de democracias.”
Em resposta, o presidente do PTB, o ex-deputado Roberto Jefferson, provocou, questionando: “Censura é coisa de ditadura, não de democracia. Então por que Oswaldo Eustáquio continua impossibilitado de usar suas redes sociais? E Daniel Silveira? E diversos outros bolsonaristas que fizeram críticas ao STF? Responde aí, Barroso”
Pronto. As redes começaram a pipocar com questionamentos sobre Oswaldo Eustáquio, que realmente segue sem acesso às redes sociais.
O blogueiro do bolsonarismo-raiz é acusado de espalhar fake news e incitar atos antidemocráticos principalmente contra o STF.