Eduardo Pazuello colecionou críticas e apelidos jocosos por sua desastrosa permanência à frente do ministério da Saúde.
General da ativa do Exército, ele foi enviado para uma difícil missão ao substituir Nelson Teich, o Breve, e, cumpre reconhecer, não deu mostras de incompreensão dos fundamentos da hierarquia militar ao dizer que “um manda, o outro obedece”, ao reverter decisão de compra da vacina CoronaVac a pedido de Jair Bolsonaro, em outubro passado.
O “outro” de seu discurso era ele mesmo.
A fidelidade dá trabalho. O Planalto agora estuda uma saída para garantir bom desfecho à carreira de Pazuello. Isso deve significar uma posição em que ele não perca a imunidade de que gozava como ministro, uma vez que ele pode responder sobre sua atuação como ministro na Justiça.
É difícil saber qual a mais recente ideia sobre a mesa do presidente em relação a Pazuello, mas uma das que pipocaram esta semana foi a criação de um ministério extraordinário, o da Amazônia, para acolher o general.
O expediente já foi utilizado por Michel Temer, que criou o ministério extraordinário da Segurança Pública — hoje incorporado à Justiça.
A expectativa é que, caso criado, o ministério da Amazônia um dia se torne uma subdivisão da pasta que cuida do Meio Ambiente, chefiada por Ricardo Salles, que se sentiu desprestigiado com a ideia.
Em pensar que já houve um dia, antes da posse de Bolsonaro, em que se falou de boca cheia que a redução de ministérios era uma medida importante para a redução do peso do Estado e pelo bem da coisa pública.