Enquanto o círculo íntimo do “PR” e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), lutam para fazer da deputada Bia Kicis (PSL-DF) presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa, um precedente usado pelo próprio Jair Bolsonaro em seus tempos de parlamentar colocam em risco o planejamento estratégico.
É que, em 2014, Jair Bolsonaro, que pertencia ao PP, apelou à chamada Questão de Ordem 388. Era uma tentativa desesperada de se tentar colocar como presidente da CCJ de forma independente — já que seu partido à época não o endossava.
Vai vendo.
O texto da QO foi aprovado na gestão de Henrique Eduardo Alves (MDB-RN) à frente da Câmara e reza que “não existe nenhuma limitação, nenhuma objeção que impeça candidatura avulsa nas Comissões, como acontece nas eleições da Mesa”.
Quem está prontíssima para usar o argumento é a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), que tenta de todas as formas embarreirar a candidatura de Kicis. Ela tentou apelar ao bom senso e à Justiça Federal (pedido negado horas depois de solicitado) .
Agora vai para o tudo ou nada.
Melchionna argumenta que Bia Kicis defende temas que ferem o estado democrático de direito e o pluralismo político, além de direitos e liberdades fundamentais.
A julgar pelas múltiplas manifestações pregressas de Kicis parece haver consistência nisso, mas há quem diga que as atitudes de Melchionna se assemelham às de quem ela quer prejudicar.