Humberto Martins

Humberto Eustáquio Soares Martins || Crédito: Rafael Luz/STJ

Presidente do STJ, ministro recebe autorização do STF para ter acesso a diálogos constrangedores de promotores da Lava Jato que sugerem investigação ilegal contra ministros da Corte

A sem-cerimônia dos promotores da Lava Jato tornou-se conhecida com as revelações do site The Intercept. Com a Operação Spoofing, da Polícia Federal, esse modus operandi heterodoxo, digamos, ganhou sobrevida caudalosa.

Os diálogos da turma de Curitiba que chegaram às mãos do grupo hacker de Araraquara só não causam mais perplexidade na opinião pública porque no Brasil o calendário ficou louco, e vive-se 1 ano em 1 dia.

Até mesmo esse inacreditável material acaba não ganhando a repercussão que merece.

Um dos flancos de ataque dos promotores da Lava Jato foi o STJ, e parte de seus ministros.

Sugeriu-se que fossem feitas averiguações da situação fiscal de ministros para a possível construção de dossiês. A investigação, ilegal, poderia descambar para tentativas de intimidação.

Mês passado, o presidente do Tribunal, ministro Humberto Martins, determinou instauração de inquérito para apurar se houve tentativa de intimidação e investigação ilegal, além de violação  da independência jurisdicional dos magistrados.

Martins também pediu ao STF acesso aos diálogos, pleito que foi deferido hoje pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Um deles, que já correu a blogosfera, de Deltan Dallagnol, é um primor de objetividade: “A RF [Receita Federal] pode, com base na lista, fazer uma análise patrimonial, que tal? Basta estar em EPROC [processo eletrônico] público. Combinamos com a RF”

O presidente do STJ já havia, no começo de fevereiro, solicitado apuração sobre a conduta da turminha de Curitiba nas esferas criminal e administrativa.