“Depois do carnaval” é a nova resposta padrão para qualquer pergunta em Brasília.
Às vésperas de definições importantes, como reforma ministerial, continuação do auxílio emergencial, plano de imunização e arranjos para as comissões importantes da Câmara e do Senado, o governo se escora nas festas de Momo para ganhar tempo e conhecer melhor sua munição.
Nesta segunda-feira (08), Jair Bolsonaro confirmou que vai mudar Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania, para o comando da Secretaria-Geral da Presidência da República, pasta com status de ministério e abrigada dentro do palácio do Planalto.
Definições sobre quem fica na vaga de Lorenzoni, só semana que vem.
O gaúcho Onyx foi ministro-chefe da Casa Civil no começo do governo. Mas sua dificuldade em dialogar com a base e as frequentes reclamações sobre seu temperamento fechado fizeram com que o deputado licenciado do DEM acabar na Cidadania.
O problema é o que ministro tem pretensões regionais: ele sonha com uma candidatura para governador do Rio Grande do Sul. Desde que foi para o front do governo e licenciou-se do mandato na Câmara dos Deputados, quer aproveitar a notoriedade para se cacifar no estado.
A amigos próximos, Onyx diz que adora o status e o poder de ser ministro. Mas sabe que, se continuar ocupando cargos que o fazem sumir da vista dos eleitores, babau.
Estaria à mesa, portanto, a possibilidade de retorno às raízes, na Câmara Federal.
Ou, então, a busca pelo protagonismo que a secretaria Geral perdeu há tempos.
Mas isso só depois do Carnaval.