Janeiro costumava ser um mês parado em Brasília. Não tinha expediente nos tribunais nem no parlamento, que emendavam recesso e férias coletivas nas duas primeiras semanas do ano. E mais devagar também ficava o palácio do Planalto.
Seria, digamos, o mês perfeito para se cumprir as recomendações de distanciamento social para combater a Covid-19. Mas os tempos são outros: neste recém-chegado 2021 a cidade está em ebulição, o que mostra, mais uma vez, que a capital federal tem ritmo de vida singular.
Tribunais superiores como STF e STJ suspenderam os recessos, movimentando toda a estrutura judiciária neste inusitado começo de ano. Gabinetes dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes foram os primeiros a aderir ao novo hábito (ainda que Gilmar, por exemplo, esteja de férias em Portugal, onde relata haver uma ‘terceira onda’ da Covid-19).
Na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, a corrida pela presidência movimenta corredores, salões e gabinetes. Para se ter uma ideia, nesta segunda (11), o candidato governista, deputado Arthur Lira (PP-AL), organizou um café da manhã com jornalistas no Windsor Hotel para falar sobre sua candidatura.
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Mas há mais. No fim de semana, a agenda política não tem diminuído de intensidade, pelo contrário. Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente que está de saída, subiu o tom e mostrou indignação ao dizer nas redes sociais que o Brasil não pode mais ter um ministro “que não entende de saúde” cuidando do tema na Esplanada dos ministérios.
Também disse que o Brasil não suporta um “presidente irresponsável”.
A declaração alimentou o noticiário, e as matérias de “gaveta” de jornais e TVs, de conteúdo frio, praticamente atemporal, nem saíram da gaveta.
Também pipocou nos jornais a informação de que Maia retirou cargos de aliados de Arthur Lira na Câmara em pleno fim de semana, ação bastante tardia se a intenção é vender uma imagem de independência da Câmara.
Janeiro só está mais light para o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), que passou o fim de semana na praia com a mulher, Mayara Noronha, e o caçula, Matheus.