Por Bernardo Bittar, de Brasília
Para Jair Bolsonaro, tanto faz quem ganhar a prefeitura de São Paulo, já que nem Bruno Covas (PSDB) nem Guilherme Boulos (Psol) devem lhe render qualquer dividendo eleitoral em 2022 – muito pelo contrário: vencendo Covas, Doria se fortalece; e o que o Psol acha do bolsonarismo, o recato não permite dizer.
O problema mais imediato é a prefeitura do Recife, disputada pelos primos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT). É que, se João ganhar, abre espaço para o fortalecimento de Ciro Gomes no Nordeste, região onde Bolsonaro ainda tem dificuldade de penetrar – com auxílio emergencial e tudo.
Ciro já deve saborear uma vitória em Fortaleza, seu QG, onde o deputado estadual Sarto (PDT) abriu vantagem nas pesquisas para o oponente, Capitão Wagner (Pros)
Mas de volta ao Recife, se a vencedora for Marília, os petistas podem se fortalecer nas próximas eleições para presidente.
Nesta semana, Ciro Gomes visitou João Campos no Recife, melindrando mais uma vez sua relação com o PT. Apesar das tentativas de diálogo recentes, desde o último pleito, em 2018, as coisas não são mais as mesmas entre Lula e Ciro.