Muito antes do que se esperava, a Câmara votou, na noite de quarta (11), a enésima reforma eleitoral. E novamente, 24 horas depois de derrubar o voto impresso, teve de se debruçar sobre uma PEC, proposta de emenda constitucional, votação que exige grande mobilização e quórum de 3/5 da Casa para aprovação do objeto.
O chamado Distritão, chamado de “retrocesso” pela oposição, que dava força para quem têm poder econômico ou é celebridade nas eleições proporcionais (deputados e vereador), acabou derrubado. Em contrapartida, a cláusula de barreira, conquistada muito recentemente, na última reforma eleitoral, foi para o espaço.
Ressurgem, assim, as coligações e as legendas de aluguel, que emprestam suas “razões sociais”, digamos, para aventureiros disputarem eleições majoritárias e mesmo proporcionais. Casos, por exemplo, do PSC e do velho Prona.
Dos males, o menor, pensaram os parlamentares. A oposição decidiu tentar defender seu pragmatismo nas redes sociais.
O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB), escreveu: “nós, da oposição, conquistamos mais uma vitória hoje: derrotamos o distritão, o pior retrocesso que se poderia impor ao nosso sistema eleitoral! Venceu, mais uma vez, a democracia!”
Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT parece ter contratado o mesmo ghost writer: “derrotamos o distritão na votação da PEC 125, que levaria a representação da Câmara à República Velha, modelo aristocrático, com domínio das elites, sem retratar a diversidade do povo brasileiro. Seria um enorme retrocesso.”
Acontece que os comentadores de Twitter foram rápidos para cobrar desses mesmos deputados a vitória da volta das coligações.
À postagem de Gleisi, “Juventude Trabalhista CE”, uma conta que usa a efígie do compositor Belchior, respondeu: [O PT] foi o partido que mais deu voto (…) votou alinhadinho com o Centrão, e com os bolsonaristas.”