Recuperado após sua segunda invernada com Covid-19, João Doria corre atrás do tempo perdido. Na quarta (28), o governador paulista fez sua rentrée pública ao comandar, em seu velho papel de mestre de cerimônias, a entrevista coletiva semanal no palácio dos Bandeirantes. Nela, teve o padre Julio Lancellotti, símbolo da preocupação com a população em situação de rua, como principal cameo appearance.
Nesta quinta (29), Doria voltou ao ringue, fazendo uma prévia da reinauguração do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, fechado há mais de cinco anos por conta de um incêndio. Na entrevista, as principais pauladas contra o governo federal foram desferidas pelo secretário estadual da Cultura, Sérgio Sá Leitão, que foi ministro da Cultura na gestão Michel Temer.
Respondendo a uma questão sobre um decreto federal que muda a Lei Rouanet e que estabelece, entre outros pontos, que a inauguração de projetos que utilizam recursos da lei por parte de estados e municípios só poderá ocorrer após a autorização do governo federal, Leitão disse que o governo federal “despreza a arte, a cultura, o saber, o conhecimento, a ciência, a democracia, a vida”.
Mario Frias, secretário da Cultura de Bolsonaro, havia dito em tuíte, a respeito dessa alteração da Rouanet, que não iria permitir que João Doria usasse “obras financiadas com o dinheiro do Governo Federal para fazer palanque político pessoal”.
Inquirido por um repórter que chamou o tuíte de Frias de “rusga”, Doria disse, antes de passar a palavra a Leitão, que “não são rusgas, são danos. O governo federal faz danos à vida do país, e eu lamento muito isso.”
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