A decisão de Simone Biles de se retirar da final de ginástica da equipe feminina mais uma vez destacou a pressão excessiva sofrida pelos melhores atletas do mundo. Depois da decisão de não participar da competição dessa terça-feira, a americana disse que é importante proteger sua saúde mental e que quer ser “gente no final do dia”.
Poucas horas antes, Naomi Osaka surpreendeu ao sofrer uma derrota na terceira rodada da competição de tênis feminino encerrando sua participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ela também havia exposto recentemente a dificuldade de lidar com a pressão imposta a esportistas de alto desempenho como ela, ao desistir de participar de dois dos torneios mais importantes do calendário mundial, Roland Garros e Wimbledon.
Tenista número 2 do ranking mundial, ela foi a garota-propaganda dessas Olimpíadas. Seu rosto estampou outdoors na capital japonesa e era a favorita para a medalha de ouro. Assim como ela, todos os olhos estavam voltados para a genial Simone Biles na ginástica olímpica. A expectativa em cima da jovem de 24 anos era tanta que ela até ganhou um emoji personalizado pouco antes dos Jogos.
Não é novidade a cobrança sobre-humana sobre atletas, mas entramos em uma era em que os que estão no topo não têm mais medo de falar sobre isso. Osaka estava voltando ao tênis pela primeira vez desde que abandonou o Aberto da França no mês passado, alegando problemas de saúde mental. Ela, assim como Biles, falou abertamente sobre as questões que surgem ao ser uma superestrela global.
A lenda da natação olímpica, Michael Phelps, também falou sobre a imensa pressão que sentia enquanto competia. Vinte e oito vezes medalhista olímpico, ele revelou sua luta contra a depressão, que, segundo ele, decorre em parte da intensidade do esporte profissional. “Depois de cada Olimpíada, caía em um grande estado de depressão”, disse em 2018.
Voltando a Simone Biles, ela disse que não se machucou após sua decisão de se retirar da competição de ginástica feminina por equipes. Na verdade, decidiu dar “um passo atrás” para prevenir possíveis lesões futuras. “Felizmente não tenho nenhuma lesão, e é por isso que dei um passo atrás, porque não queria me machucar”, disse ela aos repórteres em Tóquio. “Achei melhor que as meninas assumissem e fizessem o trabalho, e o fizeram o melhor com certeza”, encerrou Simone sobre sua equipe. “Esses Jogos Olímpicos têm sido muito estressantes”.