Político sempre arruma um jeito de participar. Até mesmo das vitórias alheias. As redes sociais nesta segunda (26) parabenizaram incansavelmente Rayssa Leal, a “fadinha” skatista, de 13 anos, e o paulista Kelvin Hoefler. Ambos conquistaram as duas primeiras medalhas de prata para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Ex-prefeita de São Paulo, a hoje deputada federal,Luiza Erundina (Psol) parabenizou Kelvinho via Twitter, lembrando que a primeira medalha olímpica do Brasil veio com ele no skate “street”. “Hoje, um esporte olímpico, no passado, discriminado e proibido em São Paulo, que Erundina liberou”, escreveu a parlamentar, que recebeu a metrópole em 1989 do ex-presidente e ex-prefeito Jânio Quadros, dado em seus anos de poder a esse tipo de proibição conservadora e exótica.
O Instituto Lula também aproveitou a oportunidade para dizer que “o esporte é uma das possibilidades que nós temos de encaminhar corretamente a juventude brasileira”, anexando ao perfil de Rayssa Leal um vídeo de Lula discursando, em 2010.
Governador do Maranhão, estado onde nasceu Rayssa, Flávio Dino (PSB) também foi às redes fazer seu palanque. “Parabéns pelo desempenho brilhante e pela grande conquista”, escreveu o político, que depois oncedeu algumas entrevistas sobre o esporte em seu estado.
Houve, ainda, casos engraçados, como o do senador Álvaro Dias (Podemos -PR), que postou um vídeo supostamente feito pela Nike em homenagem a Rayssa — mas o vídeo era fake, uma coisa que misturava Disney e favela.
A comunista Jandira Feghali (RJ) e a psolista Sâmia Bomfim (SP) evocaram a sororidade ao falar sobre a conquista da menina de 13 anos, a mais jovem medalhista olímpica em 85 anos.
Do lado do governo, silêncio. Apenas a ministra Damares Alves, ou algum aspone de seu ministério da Mulher e dos Direitos Humanos, fez uma fusão grosseira da foto de Damares com Rayssa. O fato de a skatista usar uma cor de camiseta diferente da vitória na postagem não passou batido pelos internautas.
— Damares Alves (@DamaresAlves) July 26, 2021