Os problemas de saúde do presidente aumentaram ainda mais a temperatura de Brasília. E como não há segredos na cidade, tudo agora gira em torno das fofocas sobre a recuperação de Jair Bolsonaro.
Alguns acreditam que a tal obstrução intestinal é, na verdade, alguma coisa mais grave. Afinal, se fosse apenas mal-estar e constipação, não haveria necessidade de ir às pressas para São Paulo e, muito menos, deslocar um médico a Brasília para atender o presidente.
A comparação com Tancredo Neves, que morreu não por causa da diverticulite inicialmente divulgada, era previsível, e não faltaram as montagens fotográficas que colocaram Bolsonaro no lugar do político mineiro em foto famosa com a equipe médica que o atendia em 1985.
Outro assunto que traz calafrios aos grupinhos do PR é o aumento da rejeição ao governo. Para se ter uma ideia, a primeira-dama Michelle Bolsonaro tentou emplacar nas redes sociais uma oração coletiva, à meia-noite desta quarta (14), e tudo o que conseguiu foram mensagens comparando a prece bolsonarista ao terço que se rezava em favor do ex-presidente Lula nas imediações da sede da PF em Curitiba, onde ele passou quase dois anos preso.
A antipatia ao presidente ficou evidente nos memes que circularam ontem. Muitos lembraram das frases que Bolsonaro disparou durante a pandemia, como “e daí?” e “eu não sou coveiro”.
Houve também aquele que mostrava uma luta entre Jesus e Satanás em que o “que perdesse” ficava com Bolsonaro.
Ao se igualar ao presidente, quem protesta contra o governo acaba perdendo a razão. É o que pensa o PT, cujos principais próceres têm sido razoavelmente elegantes ao desejar melhoras ao presidente. Eles costumam enviar “muita força para voltar e perder as eleições”.
Nesta quinta (15), o primeiro – e lacônico – boletim médico emitido pela equipe do médico Antônio Macedo fala em evolução satisfatória e planejamento terapêutico mantido. Ou seja, não se fala, por ora, de cirurgia. Nem de alta.