Carlos Marun deixa Itaipu e abre vaga para “esposa de deputado Ricardo Barros”

Carlos Marun e Cida Borghetti || Crédito: Agência Brasil/Divulgação

Ex-deputado e fiel escudeiro de Michel Temer faz questão de atribuir à sucessora, a ex-governadora Maria Aparecida Borghetti, ligação com líder de Bolsonaro na Câmara

Nomeado para o conselho de Administração de Itaipu em 2018, o ex-deputado Carlos Marun, famoso pela dancinha da salvação de Michel Temer, passou quase três anos na estatal.

Exonerado nesta quinta-feira (6), fez questão de dizer que sua sucessora era mulher do líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR). Maria Aparecida Borghetti tem mais credenciais do que ser esposa: ela governou o Paraná por alguns meses em 2018, com a desincompatibilização de Beto Richa, que concorreu, e perdeu, a uma vaga ao Senado.

Ao citar Maria Aparecida, quis, na verdade, atingir não apenas Ricardo Barros como também o presidente Jair Bolsonaro, que é quem faz indicações para vagas no conselho de Itaipu, como quem diz: aos amigos do rei, tudo.

Em nota enviada à imprensa, Marun diz que sua saída é resultado de um diálogo de mais de 40 dias. Ele emendou falando que seguirá se empenhando no êxito da Rota Bioceânica, uma rota comercial entre Atlântico e Pacífico que é financiada pela usina binacional.

Ele desejou também êxito à substituta.

Um detalhe, no entanto, passou despercebido: Marun escreveu Itaipu com acento no “u”, Itaipú. Uma gafe e tanto para quem esteve num alto cargo na estatal durante quase três anos e recebia cerca de R$ 27 mil por reunião.

Fica a dica, Marun: só são acentuadas as oxítonas terminadas em “a”, “e”e “o”.