Enquanto tenta emplacar um presidente para a CPI da Covid no Senado, o governo trabalha com a hipótese que a leitura do pedido e sua instalação, nesta terça-feira (13), não são garantias de efetivo funcionamento.
Os líderes governistas tentam se apoiar na ideia de que a investigação vem em hora imprópria, em sintonia com o velho argumento do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para não instalá-la. Afinal, o Senado vem trabalhando de maneira virtual.
Há a disposição para que dar à CPI o mesmo tratamento da comissão das Fake News e da CPI da Chapecoense, que estão suspensas até o retorno das atividades presenciais.
Nesta terça, o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), disse em vídeo que “não é possível fazer uma CPI presencial sem a imunização de todos aqueles que participarão”.
É uma forma de ganhar tempo, pois voltar a circular pelos corredores do Congresso está fora de cogitação. Quando se tentou voltar para a vida offline, em fevereiro, ao menos três senadores terminaram contaminados pela Covid-19. Um deles, major Olímpio (PSL-SP), morreu.
Autor do projeto que deu origem à CPI da Covid, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) previu, contudo, que os trabalhos fossem remotos, e voltou a fazer a defesa disso ontem.
O presidente do Senado já foi aconselhado a consultar especialistas em epidemiologia para se amparar em pareceres sobre os riscos de uma CPI funcionar presencialmente neste período da pandemia, considerado o pior de todos até agora – e não só em Brasília.