Primeiro ministro da Saúde de Jair Bolsonaro a ser expelido da Esplanada, o ex-deputado federal pelo DEM Luiz Henrique Mandetta tornou-se figura fácil nos portais e nas TVs “all news”. Seu alinhamento com o conhecimento científico, sua aversão à cloroquina e ao “tratamento precoce” fizeram-no perder o ministério, tornaram-no um antagonista do presidente, mas deram-lhe certa ubiquidade midiática.
Na queda, Mandetta virou presidenciável, ao menos nas cartelas dos pesquisadores do DataFolha e outros institutos de pesquisa. Hoje, em entrevista ao Valor Econômico, num gesto que o sul-matogrossense talvez julgue como magnânimo, disse que poderia mão de sua candidatura à candidatura presidencial.
Nesta semana, Mandetta e outros presidenciáveis, os governadores João Doria e Eduardo Leite, ambos do PSDB, João Amoêdo, do Novo, Ciro Gomes, do PDT, e o-que-parece-que-vai-mas-não-vai Luciano Huck subscreveram uma carta para afirmar fé na democracia e certa repulsa aos extremismos. Pode ser o muito tênue ensaio de uma candidatura unificada.
Ao Valor, Mandetta disse: “Se a gente conseguir construir um polo de pessoas que têm como ponto comum a democracia, o meio ambiente, a educação, enfim – e que estejam dispostas a se modernizar, a se reciclar, a se repaginar -, é a única coisa que posso oferecer. Inclusive o meu não oferecimento. Inclusive a minha não candidatura para que haja uma unificação do país. É o que ofereço hoje: tudo de mim ou nada de mim.”