O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, pediu demissão na tarde desta segunda-feira (29), tornando-se o terceiro a deixar o cargo no governo Bolsonaro em menos de 15 dias: Eduardo Pazuello, na Saúde, foi substituído por Marcelo Queiroga, semana passada, e a demissão de Ernesto Araújo deve ser oficializada ainda hoje.
Como Pazuello e Ernesto, Azevedo pediu demissão antes de ser demitido em público pelo presidente. Influente entre os militares, teria dito a aliados que o presidente pediu o cargo. Ainda não se sabe para que finalidade.
Em nota, o ainda chefe da Defesa diz sair com a cabeça erguida. “Agradeço ao Presidente da República, a quem dediquei total lealdade ao longo desses mais de dois anos, a oportunidade de ter servido ao país, como Ministro de Estado da Defesa. Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de estado. O meu reconhecimento e gratidão aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e suas respectivas forças, que nunca mediram esforços para atender às necessidades e emergências da população brasileira. Saio na certeza da missão cumprida.”
Uma das teorias para a saída de Azevedo é que Pazuello, que ficou na chuva após sua demissão, ocuparia o cargo na Defesa. Bolsonaro é grato ao militar por ele ter assumido a missão de fazer um plano de vacinação durante o pior momento político da pandemia (a desistência de Nelson Teich).
A outra é a de que o presidente quer entregar a Defesa ao Centrão numa tentativa de preservar Ernesto Araújo por mais alguns meses nas Relações Exteriores.
(sim, até isso está elencado.)
O timing é particularmente ruim, não apenas pelo acúmulo de baixas no primeiro escalão, mas por se dar na antevéspera do aniversário do início do Ciclo Militar, tema que é caro a Jair Bolsonaro.