Tudo bem que o Espírito Santo é um dos menores estados do Brasil, com 4 milhões de habitantes, 10%, se tanto, da população paulista. Mas o governador capixaba, Renato Casagrande teve assim mesmo um gesto de coragem.
Decretou, sem usar a palavra “lockdown” – que qual o coisa ruim parece ser um nome impronunciável –, um lockdown digno desse nome. Ele foi hoje às redes estender a quarentena capixaba, que acabaria em 31 de março, mas agora ganhou mais quatro dias; mais importante, tirou das atividades consideradas hoje essenciais vários segmentos: comércio atacadista, lojas de materiais de construção, oficinas e lojas de autopeças, agências bancárias (exceto para atendimento de auxílios), loterias, atividades de pesca marítima.
Nas unidades de saúde, o atendimento ambulatorial especializado também será suspenso.
Mas o que coloca Casagrande numa posição de vanguarda foi decretar que o transporte coletivo público também para por oito dias, a partir do próximo domingo, em todo o estado. Será suspenso todo o sistema da Grande Vitória, além do transporte intermunicipal e interestadual. Rodoviárias serão fechadas, assim como o trem de passageiros que liga Belo Horizonte a Vitória.
Funcionários que precisam trabalhar, como de hospitais e farmácias, devem ter seu transporte organizado pelos patrões.
“Estamos buscando com essas medidas a redução da transmissão do vírus. As novas variantes são muito agressivas, levam mais pessoas a óbito. A prioridade é a preservação da vida, mas buscamos uma conciliação, as pessoas precisam ter atividades econômicas, mas numa hora como essa em que a vacina não chega na quantidade que teria que chegar, não temos de ter dúvida”, disse o governador.
A média diária de mortes por Covid-19 no Espírito Santo é de 30 pessoas.