Ex-presidente questiona acusações contra ele e defend
Nesta quinta-feira (6), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou diante da imprensa pouco antes de apresentar sua defesa no Supremo Tribunal Federal (STF), onde enfrenta diversas acusações, incluindo tentativa de golpe de Estado. Durante a conversa com os jornalistas, Bolsonaro desqualificou as acusações e fez uma série de observações provocativas.
A defesa do ex-presidente
Bolsonaro começou ironizando as acusações, afirmando que tudo não passava de uma invenção, e acrescentou: “Tramei com o Pateta, com o Pato Donald, com o Mickey Mouse“, referindo-se ao fato de que estava em viagem para os Estados Unidos no dia dos ataques aos Três Poderes, em Brasília. Ele reafirmou que, estando na Flórida, não poderia ser responsabilizado pelos eventos daquele dia.
“Eu não estava aqui. Esse pessoal foi atrás de uma armadilha“, declarou, em uma tentativa de minimizar a gravidade dos ataques. O ex-presidente também criticou as acusações de destruição de patrimônio, alegando que não havia qualquer vínculo direto com as ações dos extremistas.
Falta de força para golpe
Em sua defesa, Bolsonaro enfatizou que nunca teve “força nenhuma” para dar um golpe de Estado. Ele destacou que, em dezembro de 2022, ainda durante seu governo, nomeou dois comandantes das Forças Armadas para o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que, segundo ele, invalidaria qualquer tentativa de golpe. “Como poderia dar um golpe, se já tinha nomeado os comandantes para o Lula?”, questionou o ex-presidente.
Crítica à divulgação seletiva de informações
Bolsonaro também fez críticas à forma como o STF divulgou os depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. Cid fechou um acordo de colaboração premiada, que foi homologado pelo STF em setembro de 2023. Para Bolsonaro, o tribunal tem feito uma “divulgação seletiva” das informações. Ele afirmou que a defesa tentou obter a íntegra da delação, mas a corte divulgou apenas partes dela, o que, segundo ele, comprometeria a imparcialidade da acusação.
Pedido de mudança no julgamento
O ex-presidente também pediu que o julgamento fosse levado ao plenário, em vez de ser conduzido pela 1ª Turma do STF, formada pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Ele acredita que a decisão tomada por essa turma poderia ser tendenciosa.
As acusações que pesam contra Bolsonaro
Jair Bolsonaro foi denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) pelos seguintes crimes:
- Organização criminosa armada
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Golpe de Estado
- Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União
- Deterioração de patrimônio tombado