Brasil registra 1,5 milhão de pessoas em moradias precárias feitas de barro

Brasil registra 1,5 milhão de pessoas em moradias precárias feitas de barro
Foto: Reprodução/Cid Barbosa/SVM

O Brasil ainda enfrenta um grave desafio habitacional. Cerca de 1,5 milhão de pessoas vivem em domicílios com paredes feitas de taipa sem revestimento ou madeira reaproveitada. Esses materiais, considerados precários, são usados em aproximadamente 495 mil residências, segundo o Censo 2022 do IBGE.

Embora o número represente uma redução de 58% em relação a 2010, quando 3,7 milhões de pessoas habitavam tais condições, a situação ainda preocupa. Esses tipos de construção não apenas oferecem riscos estruturais, como também impactam negativamente a saúde dos moradores.

Onde estão essas habitações

Casas de taipa sem revestimento são predominantes no Maranhão, onde alguns municípios registram até 25% da população vivendo nessas condições. Já as construções feitas de madeira reutilizada, como de tapumes ou embalagens, são mais comuns nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul.

Na Bahia, outras formas de habitação precária, como casas feitas de palha e contêineres, também são frequentes, totalizando quase 63 mil residências.

Riscos e desafios enfrentados

As construções de taipa, feitas de barro, são especialmente vulneráveis a chuvas fortes e ventos, podendo desabar facilmente. Além disso, o barro pode atrair o barbeiro, inseto transmissor da doença de Chagas.

No caso da madeira reaproveitada, a fragilidade do material aumenta os riscos de acidentes e dificulta o isolamento térmico, tornando essas habitações insalubres em climas extremos.

Comparativo com outras habitações

Apesar da persistência das moradias precárias, a maioria dos brasileiros vive em domicílios feitos de alvenaria. Aproximadamente 87% das residências no país possuem paredes de alvenaria ou taipa revestida. Outras 5,2 milhões são feitas de alvenaria sem revestimento, enquanto 2,7 milhões utilizam madeira própria para construção.