Coxas fortes, joelhos protegidos: treinamento de força ajuda na prevenção e melhora da artrose

Músculos da coxa mais fortes podem evitar a progressão da artrose e prevenir cirurgia de substituição do joelho

DR MARCOS CORTELAZO

 Cadeira extensora, leg press e agachamento. Certamente, quem frequenta uma academia de musculação sabe que esses exercícios fortalecem a musculatura da perna. Mas, mais especificamente, eles ajudam a deixar os músculos do quadríceps mais fortes – e isso pode ser importante para prevenção e melhora da artrose. “Ter a musculatura dos quadríceps mais forte em relação aos isquiotibiais (músculos posteriores da coxa) pode inclusive diminuir o risco de substituição total do joelho. Os dois grupos musculares agem como forças contrárias, e o equilíbrio entre eles permite uma ampla gama de atividades enquanto protege a articulação do joelho”, diz o Dr. Marcos Cortelazo, ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). “É necessário fortalecer os dois grupos musculares”, pondera o médico.

A osteoartrite avançada do joelho é uma das principais causas de dor e incapacidade no mundo todo. No Brasil, estima-se que cerca de 12 milhões de brasileiros tenham osteoartrite, sendo a mais comum a que atinge o joelho. Estima-se que mais da metade dos diagnosticados devem eventualmente passar por uma cirurgia de substituição total do joelho. “Essa recomendação acontece, muitas vezes, pela falta de força na musculatura da coxa”, diz o médico. “Os extensores, os músculos na parte frontal da coxa comumente chamados de quadríceps, são o grupo muscular mais forte do corpo e têm influência essencial na marcha, outras atividades e biomecânica. Os músculos ao redor da parte posterior da coxa, conhecidos como isquiotibiais, são responsáveis ​​pela extensão do quadril e flexão do joelho, tornando-os igualmente essenciais para a atividade física”, diz o médico.

Em 2023, pesquisadores avaliaram o volume do músculo da coxa em 134 participantes da Osteoarthritis Initiative, um estudo americano patrocinado pelo National Institutes of Health. Eles compararam 67 pacientes que passaram por substituição total do joelho de um único joelho com 67 participantes de controle que não passaram por substituição do joelho. “Comparando pacientes que tiveram substituição total do joelho com o grupo controle, uma maior proporção de volume do quadríceps para o tendão da coxa foi significativamente associada a menores chances de substituição total do joelho. O estudo mostra que, além de músculos fortes individualmente, grupos musculares extensores maiores — em relação aos grupos musculares isquiotibiais — estão significativamente associados a menores chances de cirurgia de substituição total do joelho em dois a quatro anos”, conta o médico.

Os achados têm implicações tanto para a interpretação de exames de imagem quanto para o gerenciamento clínico. Os resultados sugerem que programas de treinamento que fortalecem o quadríceps em relação aos isquiotibiais podem ser benéficos. “Embora presumamos que o volume muscular geral seja importante como um marcador substituto para a força muscular, a proporção, e portanto o equilíbrio, entre os músculos extensores e isquiotibiais pode ser mais importante e significativamente associada a menores chances de substituição total do joelho. Nesse caso, um foco maior deve ser dado à musculatura dos quadríceps”, completa.

Embora o estudo tenha se concentrado em pessoas com artrite, as descobertas também podem ajudar a informar o treinamento de força para um segmento mais amplo da população. “Embora esses resultados sejam essenciais para terapia direcionada em uma população com risco de osteoartrite, até mesmo o público em geral pode se beneficiar desses resultados para incorporar preventivamente exercícios de fortalecimento adequados, prevenindo a artrose de joelho”, finaliza o Dr. Marcos.

FONTE: *DR. MARCOS CORTELAZO: Ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva. Graduado em medicina e pós-graduado em ortopedia e traumatologia pela Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o Dr. Marcos Cortelazo é membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Latino-americana de Artroscopia, Joelho e Esporte (SLARD) e da Sociedade Internacional de Artroscopia, Cirurgia do Joelho e Medicina do Esporte (ISAKOS). Sócio efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho e da Sociedade Brasileira de Artroscopia, o especialista integra o corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, São Luiz e Oswaldo Cruz. CRM 76316 Instagram: @dr.marcos_cortelazo

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