Para evitar o desgaste de brigar com outro ministro, o presidente Jair Bolsonaro estuda criar uma hierarquia especial no Exército para remover Eduardo Pazuello (Saúde) do governo sem melindres.
O problema é que, ao tentar evitar a crise, Bolsonaro corre o risco de encurralar a si próprio em um mal-estar sem fim com os militares, sua mais contundente base de apoio.
Pazuello disse a interlocutores que só sai quando tiver “cumprido a missão”, o que significa deixar um plano de imunização digno de nome, o que até aqui, 10 milhões de casos, 250 mil mortos, está longe de acontecer.
A possível mudança de Pazuello para um posto a que ele hoje, por ser intendente, não teria direito segundo o regimento do Exército, irritou o Alto-Comando da arma, que discutiu o tema nesta semana e se prepara para o embate com Bolsonaro caso a ideia vingue.
Para substituir Eduardo Pazuello, o Centrão tenta empurrar goela abaixo o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que já foi ministro da Saúde durante o governo Michel Temer.