São Paulo tem mais de 7.000 áreas em ameaça climática; entenda

São Paulo tem mais de 7.000 áreas em ameaça climática; entenda
Franco da Rocha, onde um deslizamento em 2022 resultou na morte de sete pessoas de uma mesma família, está entre as áreas de maior risco na região – Reprodução Freepik (@freepik)

No Litoral Norte, onde aconteceu a maior tragédia natural de São Paulo, terá um programa antidesastre

Um levantamento recente da Plataforma de Gestão de Riscos de Desastres Naturais, criada pelo Instituto de Pesquisas Ambientais (ligado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do governo de São Paulo), apontou a existência de 7.278 áreas vulneráveis a desastres naturais na Região Metropolitana de São Paulo, sujeitas a escorregamentos, inundações, erosão e solapamento de margens de rios. O lançamento da plataforma ocorreu nesta quinta-feira (30).

Franco da Rocha, onde um deslizamento em 2022 resultou na morte de sete pessoas de uma mesma família, está entre as áreas de maior risco na região. De acordo com a Folha de SP, outro ponto destacado no estudo é Mauá, no Grande ABC, também com elevado potencial para desastres naturais. A cidade de São Paulo, por sua vez, não faz parte desse levantamento inicial, pois terá uma plataforma própria, dedicada a seus desafios específicos.

Iniciativas no Litoral Norte

No Litoral Norte, onde ocorreu a maior tragédia natural já registrada no estado, será implementado um programa específico dentro do pacote antidesastre. Esse projeto visa desenvolver ferramentas de análise e mapeamento para monitorar eventos climáticos de alta gravidade. Com financiamento de R$ 2,5 milhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o projeto atenderá Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.

Em fevereiro de 2023, uma forte tempestade em São Sebastião provocou deslizamentos que deixaram 64 mortos, além de uma vítima em Ubatuba. Esse foi o evento climático com o maior número de vítimas no estado, com precipitação acumulada de mais de 600 mm em 24 horas em algumas regiões.

Monitoramento

O novo sistema de monitoramento opera por meio de uma central equipada com telões que mostram dados atualizados sobre áreas em risco. Esse monitoramento usa informações de satélites, além de sistemas meteorológicos e oceanográficos.

A plataforma combina dados globais e análises próprias baseadas em modelos matemáticos, com o objetivo de apoiar políticas de prevenção e mitigação de desastres climáticos. Atualmente, as informações são restritas a desenvolvedores e parceiros selecionados, mas há planos para disponibilizá-las ao público futuramente.

Dados históricos

Além disso, o sistema também possui uma funcionalidade que permite a recuperação de dados históricos de eventos climáticos ocorridos no estado, somando cerca de 66 mil registros de 1991 a 2022. A plataforma terá atualizações contínuas, incorporando buscas automáticas na mídia para identificar áreas que precisam de intervenções de redução de riscos.