Em 29 de outubro comemora-se o Dia Mundial da Psoríase, doença cutânea que afeta cerca de 2% da população mundial. Apesar de benigna e não contagiosa, a condição pode causar um impacto importante no bem-estar e na saúde emocional. “As placas descamativas e avermelhadas características da psoríase, que muitas vezes são acompanhadas de coceira e dor, podem ser vistas de maneira negativa por grande parte das pessoas, assim causando vergonha e ansiedade nesse paciente, com consequente prejuízo na qualidade de vida, autoestima e sociabilidade”, explica a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD). Mas, assim como pode afetar a saúde mental, a psoríase também pode ser influenciada pelo nosso estado emocional, conforme estudo apresentado em setembro no congresso da European Academy of Dermatology and Venereology (EADV), que mostrou evidências conclusivas de que episódios de estresse podem levar a recidivas do quadro de psoríase.
De acordo com a dermatologista, apesar da psoríase não ter causa conhecida, o estresse há algum tempo é apontado com um possível gatilho para doença, assim como outros fatores ambientais, incluindo tabagismo, consumo de álcool e certas medicações que também podem levar ao surgimento e piora das lesões em pessoas que já possuem predisposição genética à condição. “Mas o estudo traz evidências concretas dessa relação entre estresse e psoríase e aponta para possíveis mecanismos envolvidos nesse processo, o que ajuda a controlarmos o quadro de maneira mais eficaz, assim evitando recidivas”, diz.
Para chegar à conclusão do estudo, os pesquisadores induziram lesões da condição em amostras de pele humana saudável enxertadas em camundongos. Essas lesões foram, então, tratadas com dexametasona até completa remissão e, em seguida, alguns camundongos foram expostos à estresse sonoro por 24 horas, enquanto os outros serviram como grupo de controle. Após esse período, a recorrência das lesões da psoríase foi acompanhada por um período de 14 dias. Assim, foi possível observar que a exposição ao estresse sonoro foi capaz de causar uma recidiva em todas os enxertos de pele, que apresentaram uma série de mudanças relacionadas à condição, como aumento da espessura epidermal e proliferação de queratinócitos (células da epiderme responsáveis pela produção de queratina). Houve também um aumento significativo na quantidade de células imunes e mediadores pró-inflamatórios na pele, além de maior expressão de NK-1R, um receptor da chamada substância P. “Essa substância P e outros neuropeptídeos pró-inflamatórios são liberados devido ao estresse emocional, causando uma inflamação da pele. Nesses momentos estressantes, há ainda a produção de hormônios relacionados ao estresse e do fator de crescimento nervoso, substância que aumenta a regeneração do tecido nervoso, que também pioram a inflamação e promovem a proliferação exacerbada dos queratinócitos. O resultado é o surgimento e piora das lesões da psoríase”, detalha a dermatologista.
Além de estudarem essa relação, o time de pesquisadores ainda testou a eficácia do medicamento apreprianto, que é indicado para prevenção de náuseas e vômitos, para evitar essas recidivas relacionadas ao estresse, já que atua justamente como um antagonista do receptor NK-1R. E, em 80% dos casos, o medicamento mostrou-se eficaz em prevenir a reincidência da condição e normalizar a maioria dos marcadores inflamatórios associados. “O apreprianto revela-se então como uma opção terapêutica promissora para evitar que episódios de estresse provoquem a piora de quadros de psoríase, atuando seletivamente sobre a substância P e seu efeito inflamatório, mas sem prejudicar outros mediadores”, detalha a médica, que ainda destaca que a confirmação da relação entre estresse e psoríase também pode ajudar no desenvolvimento de novas estratégias para o controle da condição.
Mas até que tais estratégias sejam desenvolvidas, é importante que os pacientes com psoríase, mesmo durante períodos de remissão, busquem maneiras de lidar com o estresse emocional para evitar a recorrência do quadro, já que a doença é crônica, isto é, não tem cura definitiva. “É fundamental que esses pacientes contem com apoio psicológico, mas também invistam em medidas de gerenciamento da tensão emocional, incluindo ter boas noites de sono, praticar exercícios físicos e realizar atividades prazerosas que promovam relaxamento e bem-estar”, aconselha a especialista, que acrescenta que a doença, apesar de não ter cura, pode ser controlada por meio de tratamentos que serão escolhidos de acordo com o grau das lesões. “Geralmente, o tratamento envolve hidratação do local afetado, uso tópico de corticoides e substâncias à base de vitamina D, biológicos injetáveis e medicações orais. Tratamentos mais recentes como fototerapia, terapia sistêmica convencional e terapia biológica também podem ajudar no controle da psoríase. Então o mais importar ao notar o surgimento dos sintomas da condição é consultar um médico para receber o tratamento adequado”, finaliza a Dra. Claudia Marçal.
FONTE: DRA. CLAUDIA MARÇAL: Médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy Of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Possui especialização pela AMB e Continuing Medical Education na Harvard Medical School. É proprietária do Espaço Cariz, em Campinas – SP, speaker de laboratórios globais de dermocosméticos e de fabricantes de equipamentos. CRM: 78980 / RQE: 31829. Instagram: @draclaudiamarcal
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