Dificuldade de audição que pode piorar com o tempo pode ser otosclerose, uma doença definida pelo remodelamento ósseo da capsula ótica, estrutura óssea que envolve e protege o labirinto, segundo a Dra. Nathália Prudencio, médica otorrinolaringologista, especialista em tontura e zumbido. “Sua causa ainda não é estabelecida, porém estudos falam de algumas hipóteses: dentre ela fatores genéticos, hormonais e viral. Ela acomete mulheres duas a três vezes mais do que homens, principalmente mulheres em idade fértil, e apesar da hipótese de uma influência hormonal na otosclerose, ainda há controvérsias quanto a sua piora durante a gravidez”, explica a médica. “É importante destacar que a otosclerose não é uma doença autoimune – isso é apenas uma hipótese, porém sem qualquer comprovação”, completa.
De acordo com a médica, o paciente com otosclerose apresentará uma perda auditiva progressiva, geralmente do tipo condutiva bilateral, e por isso poderá relatar dificuldade de entendimento da fala e necessidade de aumento do volume de aparelhos eletrônicos. “Além disso, ele pode relatar um zumbido no ouvido e em casos mais avançados, o paciente poderá apresentar vertigem”, explica a especialista.
Não existe um cuidado específico para a otosclerose, segundo a médica. “Na verdade, os pacientes devem ter cuidados semelhantes a outros pacientes com perda auditiva, que é evitar a exposição a outros fatores que podem agravar a perda de audição, como exposição a ruído e uso de medicações ototóxicas”, explica a especialista. “O tratamento da otosclerose poderá incluir a cirurgia que se chama estapedotomia, a depender da avaliação médica. Na cirurgia, é feita a substituição de um dos ossículos dentro ouvido médio, que é responsável pela condução do som, que é o estribo. Esse ossículo na otosclerose fica mais rígido comprometendo assim a transmissão correta do som”, explica a médica. “Essa cirurgia pode ser indicada mesmo diante de perda auditiva leve ou moderada”.
A segunda opção de tratamento é o uso de aparelho de amplificação sonora para corrigir a perda auditiva do paciente. “E em casos de perda auditiva avançada pode se indicar o implante coclear”, completa.
A Dra. Nathália Prudência diz que a medida mais importante é ter um diagnóstico correto. “Portanto diante de sintomas auditivos como dificuldade na audição ou zumbido no ouvido, principalmente se o paciente já tiver história de perda auditiva na família, ele deve buscar ajuda médica o quanto antes”, finaliza.
FONTE: *DRA. NATHÁLIA PRUDENCIO: Médica otorrinolaringologista, especialista em tontura e zumbido. Fez especialização e mestrado em otoneurologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Com foco no diagnóstico e tratamento de distúrbios do equilíbrio e transtornos auditivos causadores de zumbido, a médica possui título de especialista em Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fez residência Médica em Otorrinolaringologia na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). CRM-SP 203299 | Instagram: @dranathaliaprudencio
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