Ao contrário do que muitos pensam, a queda dos cabelos é algo perfeitamente natural e, em média, é comum perder cerca de 150 fios de cabelo por dia. “No entanto, quando a queda é excessiva, pode ser um sinal de um problema de saúde. A queda de cabelo pode ser causada por vários fatores, incluindo: fatores genéticos, alterações hormonais, doenças como a anemia e problemas na tireoide. Além disso, também podem causar queda de cabelo: medicamentos como os citostáticos (antitumorais) e os anticoagulantes, o estresse, uma dieta pobre e o estresse físico e mental”, explica o Dr. Danilo S. Talarico, médico graduado há 15 anos pela PUC-Campinas, pós-graduado em Dermatologia Clínica-Cirúrgica, Transplante Capilar e Tricologia Médica. A calvície hereditária (alopecia androgenética) é uma manifestação fisiológica cuja herança genética pode vir do lado paterno ou materno. “A alopecia androgenética é resultado da estimulação dos folículos pilosos (estrutura presente na pele capaz de produzir um pelo) por hormônios masculinos que começam a ser produzidos na adolescência (testosterona). Ao atingir o couro cabeludo de pacientes com tendência genética para a calvície, a testosterona sofre a ação de uma enzima, a 5-alfa-redutase, e é transformada em di-hidrotestosterona (DHT). É a DHT que vai agir sobre os folículos pilosos promovendo a sua diminuição progressiva a cada ciclo de crescimento dos cabelos, que vão se tornando menores e mais finos. O resultado final deste processo de diminuição e afinamento dos fios de cabelo é a calvície”, afirma a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Embora essa seja uma causa comum de perda de cabelos em homens e mulheres, o médico sempre avaliará o paciente para uma investigação completa, já que outros motivos podem causar a queda dos fios. Abaixo, os médicos explicam 5 deles:
Dietas restritivas e carências nutricionais – Segundo a Dra. Lilian Brasileiro, médica membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, as dietas de emagrecimento sempre podem desencadear quedas. “O simples fato da depressão calórica, necessária ao emagrecimento, pode ser um insulto ao folículo capilar. Temos visto muito isso, pois estamos na era de injeções de analogia da GLP 1 para perda de peso rápida e intensa e, por fim, as bariátricas, as desnutrições propriamente ditas como as de vitaminas e minerais, como ferro e zinco mais comumente”, explica a Dra. Lilian. “A ingestão insuficiente de proteínas, ácidos graxos essenciais, vitaminas e minerais, causada por dietas restritivas, erros inatos do metabolismo ou modificações anatômicas dos sítios de absorção levam a anormalidades estruturais, de pigmentação ou até mesmo à perda do fio”, complementa a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). “Portanto uma dieta equilibrada variada e o mais natural possível, com aporte proteico adequado e suficiente, além de carboidratos complexos e gorduras de boa qualidade e ainda com bons níveis de minerais e vitaminas, garantem a formação, o metabolismo e a manutenção dos fios de cabelo”, acrescenta a Dra. Marcella.
Desequilíbrios hormonais – Alterações hormonais podem causar queda de cabelo temporária ou permanente, de acordo com a Dra. Lilian Brasileiro. “Isso também pode ocorrer durante a gravidez e após o parto (eflúvio telógeno pós-parto)”, diz a médica. “No eflúvio telógeno pós-parto, espera-se uma queda aguda intensa dos fios de cabelos telógenos (fios na sua última fase do ciclo capilar). Isso acontece em aproximadamente 40 a 50% das gestações. A grande preocupação do eflúvio pós-parto é com as mulheres que já têm algum quadro de doença no couro cabeludo, pois essas terão uma exuberância no aspecto estético após essa fase. O cuidado preventivo das doenças de base do couro cabeludo das mães é fundamental para ter essa passagem muito mais leve e tranquila com essa queda capilar pós-parto”, diz o Dr. Danilo S. Talarico. “Além disso, toda a alteração hormonal presente como da glândula hipófise, suprarrenal, alterações no climatério com diminuição dos hormônios femininos, ovários policísticos, endometriose modificam diretamente a saúde dos cabelos mudando sua estrutura proteica, densidade, resistência e crescimento das hastes capilares”, diz a Dra. Claudia Marçal.
Fatores emocionais – “O estresse emocional leva ao aumento do cortisol e consequentemente consome uma proteína de ancoragem do fio dentro do folículo”, diz a Dra. Lilian. “Os receptores hormonais presentes no cabelo são estimulados e sensibilizados pelas alterações provocadas por taxas e concentrações alteradas destes hormônios que vão modificar a estrutura do ciclo de crescimento dos cabelos”, explica a Dra. Claudia. “O importante é não atribuir a queda apenas a fatores emocionais, pois isso pode fazer com que o quadro seja irreversível. Toda queda deve ser investigada”, acrescenta a Dra. Lilian.
Infecções recentes – Dengue, Covid-19 e até mesmo a gripe são infecções virais que desencadeiam uma resposta inflamatória sistêmica no organismo, que pode afetar negativamente o ciclo de crescimento capilar, de acordo com a Dra. Lilian. “Durante a fase aguda da doença, o sistema imunológico é ativado para combater o vírus, o que pode resultar em uma resposta exagerada, causando desequilíbrios hormonais e metabólicos. Esses desequilíbrios podem afetar diretamente os folículos pilosos, acelerando a transição dos fios da fase anágena (crescimento) para a fase telógena (repouso), levando à queda prematura dos cabelos. Além disso, o estresse físico causado pela própria doença, juntamente com possíveis deficiências nutricionais associadas à perda de apetite e desidratação durante a dengue, podem agravar ainda mais a condição capilar”, completa a Dra. Lilian.
Estresse metabólico – Todas as condições que favorecem um estresse metabólico no corpo, como pós-cirurgia, pós-parto, uso de medicações indutoras como alguns antidepressivos e antidiabéticos, remédios para tratar colesterol, anticoagulante e outros podem favorecer a queda capilar por meio do eflúvio telógeno.
De acordo com a Dra. Lilian, é importante ressaltar ainda que a queda de cabelo não ocorre repentinamente, pois os fios crescem em ciclos, podendo então levar até três meses para que o cabelo comece a cair devido aos motivos citados acima. “Sendo assim, é importante que ao notar queda excessiva dos fios você não se desespere. O ideal é acompanhar este processo e consultar um médico sempre que houver a suspeita de uma queda aumentada”, diz. Por meio da avaliação, o especialista poderá diagnosticar o que está realmente causando a queda e indicar o melhor tratamento. “Entre os suplementos, podemos indicar durante a queda: silício orgânico Exsynutriment, cisteína, Bio-Arct, cistina, ornitina, arginina, taurina, metionina, piridoxina, biotina, lisina, zinco, ácido fólico, cálcio, magnésio, cobre, colágeno peptídeo, ferro, Vitamina D, Vitamina A, derivados do complexo B e ômega 6”, diz a Dra. Claudia Marçal. “Existem medicamentos que bloqueiam ação do hormônio da calvície (DHT) e são extremamente efetivos. A aplicação dessas substâncias no couro cabeludo também pode ser considerada em casos mais avançados. A esses medicamentos, somamos os tratamentos com lasers, como a plataforma Bulge Hair Restoration para otimizar os resultados”, diz a Dra. Lilian. Outra opção de tratamento em clínica é por meio do Megaderme Duo: “As agulhas de ouro isoladas penetram no nível folicular e derramam sutilmente a radiofrequência na sua potência ideal para estimular a regeneração folicular e reparo tecidual dos folículos capilares”, finaliza o Dr. Danilo Talarico.
FONTES: DR. DANILO S. TALARICO: Médico Graduado há 15 anos pela PUC-Campinas, autor de livros, artigos médicos e estudos de pesquisa inovadores para a medicina, Professor do Instituto Lapidares dos cursos de Tricologia e Transplante Capilar (Cirurgia Capilar). Speaker Científico e Adviser Científico de Indústrias Farmacêuticas e Indústrias de Tecnologias Médicas. Pós-graduado em Dermatologia Clínica-Cirúrgica, Transplante Capilar e Tricologia Médica, Medicina Estética e Perícia Médica. CRM: 135.299-SP. Instagram: @drdanilotalarico
DRA LILIAN BRASILEIRO: Médica, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. É coordenadora e palestrante em eventos como Congresso Brasileiro de Dermatologia, Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica e Medical Technology Congress, sobre tratamentos capilares e laser, além de autora de um capítulo do livro Cirurgia Dermatológica Cosmiátrica e Corretiva, publicado no Brasil, sobre rejuvenescimento, dermatologia clínica, laser e tecnologias. CRM 156908 | Instagram @lilianbrasileiro.dermato
DRA. CLAUDIA MARÇAL: Médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy Of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Possui especialização pela AMB e Continuing Medical Education na Harvard Medical School. É proprietária do Espaço Cariz, em Campinas – SP, speaker de laboratórios globais de dermocosméticos e de fabricantes de equipamentos. CRM: 78980 / RQE: 31829. Instagram: @draclaudiamarcal
DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez
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