Ministro do STF desde novembro, quando assumiu a cadeira de Celso de Mello, Kassio Nunes Marques ainda não fez nada incrível na Corte. Precisamente por isso o presidente Jair Bolsonaro, que o indicou, está muito satisfeito com sua atuação.
Kassio já se enturmou, habituou-se à morosidade do Supremo Tribunal Federal (STF), que defende a inércia em alguns casos afirmando ter “uma grande quantidade de processos para analisar”.
Sabe-se que, quando os ministros querem, dá para resolver tudo rapidinho por decisão monocrática ou via colegiado. Dá até para forçar a barra eventualmente com os despachos da primeira a da segunda turmas.
Advogados que conseguiram despachar pela internet com Nunes Marques dizem que ele “encarnou bem” o novo emprego. Cauteloso, pretende aglutinar todo o capital político possível para usar numa decisão daquelas que mudam a vida de quem a profere (como, digamos, prisão de Lula; inquérito dos atos antidemocráticos, algo assim).
Semana passada, quando ainda era presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que Kassio era parcial em suas decisões. O ministro sequer respondeu.
O perfil discreto continuará a ser sua bandeira. Até que seja necessário mudar.
Kassio Nunes Marques foi o único ministro do STF indicado por Bolsonaro. Este ano, o presidente terá de apontar o substituto de Marco Aurélio Mello, que completa 75 anos, e se aposenta compulsoriamente.