No Brasil, dados do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) do Ministério da Saúde revelam que, em 2021, foram realizados 9,6 milhões de atendimentos ambulatoriais a indivíduos com autismo, sendo que 4,1 milhões desses atendimentos foram direcionados ao público infantil com até 9 anos de idade.
A psicóloga Luciane Costa, da FourC Bilingual Academy e da FourC Learning, observa um crescente aumento na divulgação de informações sobre o autismo nos últimos anos. Esse movimento tem contribuído significativamente para uma maior conscientização sobre os diferentes aspectos desse transtorno, que muitas vezes é mal compreendido pela sociedade.
Apesar dos avanços, o autismo ainda enfrenta desafios significativos, incluindo estigmas, discriminação e preconceito, que podem dificultar o acesso a recursos adequados e a plena participação na sociedade. A psicóloga destaca que o autismo é uma condição altamente individualizada, abrangendo uma ampla variedade de manifestações e características, o que demanda abordagens personalizadas para cada indivíduo dentro do espectro.
O Transtorno do Espectro Autista é caracterizado por dificuldades na comunicação, interação social, comportamentos repetitivos, interesses restritos e questões sensoriais, como sensibilidade sensorial e dificuldades de processamento. Esses desafios são frequentes em pessoas autistas e podem impactar diversas áreas de suas vidas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o autismo afeta uma em cada 100 crianças em todo o mundo. Criado em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo busca difundir informações precisas sobre essa condição e reduzir o estigma associado a ela.
Mayck Hartwig, neuropsicólogo, ressalta que o autismo se manifesta de maneira heterogênea, com diferentes níveis de suporte necessários para cada pessoa: nível 1 (suporte leve), nível 2 (suporte moderado) e nível 3 (suporte elevado).
A coautora do livro “Mentes Únicas”, Luciana Brites, enfatiza a importância do diagnóstico precoce do TEA, pois isso pode impactar positivamente o desenvolvimento e a qualidade de vida das pessoas afetadas. No Brasil, a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista garante acesso a diagnóstico precoce, tratamento, terapias e educação inclusiva pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Além das políticas públicas, a Lei Romeo Mion, que cria a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), é um avanço importante para garantir o acesso a serviços prioritários e reconhecer legalmente as necessidades das pessoas com TEA.
O Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo é uma oportunidade para reforçar a importância da inclusão, do respeito e da compreensão das diferenças, contribuindo para uma sociedade mais justa e acolhedora para todos.