A 19ª edição da Mostra Internacional do Cinema Negro (Micine) teve início na quinta-feira (16) na capital paulista, apresentando uma variedade de produções cinematográficas e mesas redondas até o dia 3 de dezembro, no Sesi-SP. O evento, organizado pelo professor Celso Luiz Prudente, tem como tema central “D’África à diáspora: o pensamento antirracista de Kabengele Munanga”, uma homenagem ao renomado professor e antropólogo.
O objetivo da mostra é explorar as dinâmicas das relações étnico-cinematográficas da africanidade, promovendo a conscientização para a luta antirracista. Destaca-se a importância da obra de Kabengele Munanga, cuja pedagogia antirracista na Universidade de São Paulo (USP) trouxe uma profunda identidade com o movimento negro no Brasil.
A Micine também proporciona um espaço de reflexão sobre os impactos dos 20 anos da Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino da história da África e da cultura afro-brasileira no país. Este marco legislativo é considerado um avanço significativo na promoção da educação antirracista e na valorização da cultura negra no Brasil.
Celso Luiz Prudente ressalta que, ao longo dos 19 anos da mostra, o movimento negro se consolidou, destacando a Micine como um projeto acadêmico e de inclusão. Em contraste com outras mostras que se limitam à exibição de filmes, a Micine abraça diversas linguagens, abordando não apenas o cinema negro, mas também a literatura negra e as questões das minorias.
Debora Viana, gerente executiva de Cultura do Sesi-SP, enfatiza o compromisso da instituição com a educação ampla, onde a cultura desempenha um papel crucial. A abertura dos espaços para a Mostra Internacional do Cinema Negro pelo segundo ano consecutivo reflete o apoio contínuo à formação de novos públicos em artes, à democratização do acesso à cultura e ao estímulo à produção e difusão de obras artísticas diversas.