Washington, DC, 23 de agosto de 2023 – A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgaram uma nota técnica com uma atualização sobre as sub-linhagens da Omicron recentemente identificadas. Até o momento, não há evidências de mudanças significativas no impacto da EG.5 e da BA.2.86 na saúde pública.
A EG.5 é uma linhagem descendente da XBB.1.9.2 (uma sub-linhagem da Omicron) e foi notificada pela primeira vez em fevereiro de 2023. Ela foi classificada como uma variante de interesse (VOI) em 9 de agosto deste ano. Tem ocorrido no mundo um aumento constante de infecções por EG.5. Essa tendência também foi observada em alguns países da região, incluindo Canadá, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana e Estados Unidos. Entretanto, até o momento, não foram notificadas mudanças na gravidade da doença.
A BA.2.86 foi inicialmente notificada em uma amostra coletada na Dinamarca no final de julho de 2023. Desde então, ela foi detectada em Israel, no Reino Unido e nos Estados Unidos, mas apenas sete sequências foram notificadas. Ela foi designada como uma variante sob vigilância pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 17 de agosto porque tem um número considerável de mutações no gene spike.
“Com base nas evidências disponíveis, o risco à saúde pública representado pelo EG.5 foi avaliado como baixo e é semelhante ao de outras variantes circulantes preocupantes”, informa a OPAS na atualização, acrescentando que “há informações limitadas disponíveis para o BA.2.86; e a avaliação inicial de risco será gerada em breve”, algo que permitirá uma melhor caracterização dessa variante em termos de capacidade de transmissão, resposta imunológica e gravidade.
A OPAS/OMS observou que as recomendações para a COVID-19 permanecem inalteradas e instou todos os países da região a continuarem a coletar amostras representativas para sequenciamento e a manter uma vigilância genômica adequada do SARS-CoV-2, já que esse vírus continua a circular e evoluir.
No mundo, mais de 1,4 milhão de novos casos de COVID-19 e mais de 2.300 mortes foram notificados nos últimos 28 dias (17 de julho a 13 de agosto de 2023), um aumento de 63% e uma redução de 56%, respectivamente, em relação aos 28 dias anteriores.
A OMS detectou casos de corona vírus com a cepa EG.5 em 51 países, até o momento. A maioria dos casos estão na China (2247 casos), e os demais países que registraram a nova variante são: Estados Unidos (1356), Coreia do Sul (1040), Japão (814), Canadá (392), Austrália (158), Cingapura (154), Reino Unido (150), França (119), Portugal (115) e Espanha (107).
A OMS, por meio de seu Grupo Técnico Consultivo sobre a Evolução do Vírus SARS-CoV-2 (conhecido como TAG-VE), avalia periodicamente as novas sub linhagens da Omicron e publicará ou atualizará as avaliações de risco à medida que novas informações estiverem disponíveis.
O artigo da National Geographic norte-americana deste ano sobre o assunto, diz que o aumento das infecções iniciaram em junho de 2023, como consequência do número recorde de viagens durante o verão do Hemisfério Norte e das altas temperaturas e ondas de calor que o mundo vem enfrentando.
“As altas temperaturas forçaram as pessoas a se reunirem em ambientes fechados, com ar condicionado, permitindo que o vírus se espalhasse facilmente. Isso alarmou a OMS e elevou a EG.5 como uma variante preocupante”, informa o artigo.
No momento, ainda não há evidências de que a EG.5 e BA.2.86 escapem à imunização ou impactem no aumento dos casos graves.
O Ministério da Saúde recebeu na quinta-feira (17/08) a notificação de um caso da variante EG.5 da covid-19 no estado de São Paulo. Trata-se de uma paciente do sexo feminino, com 71 anos de idade. De acordo com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), a paciente já está curada, tendo apresentado os primeiros sintomas de febre, tosse, fadiga e dor de cabeça em 30 de julho, sendo que fez a coleta para exame laboratorial em 8 de agosto. A informação é de que a senhora está com o esquema vacinal completo.
A MS no Brasil reforça a necessidade da manutenção das medidas de prevenção e controle, dentre elas a vacinação; as medidas de vigilância epidemiológica frente à novas variantes/linhagens; e as medidas não farmacológicas (em especial higienização frequente das mãos, uso de máscaras de proteção facial – principalmente por indivíduos com fatores de risco para agravamento pela covid-19, e isolamento de casos suspeitos e confirmados), de modo a diminuir a propagação da covid-19 (e consequentemente das novas variantes/linhagens do SARS-CoV-2) no território nacional.
O maior impacto que as variações e mutações do Vírus SARS-CoV-2 podem causar são as superlotação dos Sistemas de Saúde em todo mundo, podendo levar a inúmeros óbitos. Isso nos faz repensar e refletir as mudanças de hábitos e ações preventivas que todos devemos adotar mediante as novas variantes/linhagens. Os estudos e monitoramentos das agências reguladoras internacionais demonstram que devemos estar sempre preparados para futuras pandemias que podem acometer a população mundial. Portanto, as políticas públicas devem ser implementadas rapidamente como prevenção, para que possamos reduzir e controlar novas infestações, que continuam sofrendo mutações e são motivo de preocupação e alerta mundial.