OMS monitora duas novas subvariantes da ômicron

Até o momento não existem evidências de mudanças significativas em relação aos impactos na saúde pública. Mesmo assim, entidade não baixa a guarda

Em nota técnica divulgada em  23 de agosto, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS)  fizeram uma atualização sobre as sublinhagens da ômicron recentemente identificadas. Até o momento, não há evidências de mudanças significativas no impacto da EG.5 e da BA.2.86 na saúde pública.

Em fevereiro deste ano, a EG.5, uma linhagem descendente da XBB.1.9.2 que, por sua vez, é um sublinhagem da ômicron foi notificada pela primeira vez. No dia 9 de agosto, ela foi classificada como variante de interesse (VOI). Tem ocorrido no mundo um aumento constante de infecções por EG.5. Essa tendência foi observada em países como Canadá, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana e Estados Unidos. Entretanto, até o momento, não foram notificadas mudanças na gravidade da doença.

A BA.2.86, por sua vez, foi inicialmente notificada no final de julho. Desde então, a variante foi detectada em Israel, no Reino Unido e nos Estados Unidos, mas apenas sete sequências foram notificadas. Por apresentar um número considerável de mutações no gene spike, a BA.2.86 foi designada como variante sob vigilância pela OMS em 17 de agosto.

“Com base nas evidências disponíveis, o risco à saúde pública representado pelo EG.5 foi avaliado como baixo e é semelhante ao de outras variantes circulantes preocupantes”, informa a OPAS na atualização, acrescentando que “há informações limitadas disponíveis sobre a BA.2.86; e a avaliação inicial de risco será gerada em breve.”

Vigilância constante
OPAS e OMS observaram que as recomendações para a Covid-19 permanecem inalteradas e instaram todos os países a continuar a coletar amostras representativas para sequenciamento e a manter uma vigilância genômica adequada do SARS-CoV-2, já que o vírus continua a circular e a evoluir.

No mundo, mais de 1,4 milhão de novos casos de Covid-19 e mais de 2.300 mortes foram notificados de 17 de julho a 13 de agosto, o que representa  aumento de 63% e  redução de 56%, respectivamente, em relação aos 28 dias anteriores.

Até o momento, a OMS detectou infeção por coronavírus com a cepa EG.5 em 51 países – sendo que a China concentra a maioria dos casos  (2.247). Nos demais países que registraram a nova variante, os números são menores. Caso de Estados Unidos (1.356), Coreia do Sul (1040), Japão (814), Canadá (392), Austrália (158), Cingapura (154), Reino Unido (150), França (119), Portugal (115) e Espanha (107).

Por meio de seu Grupo Técnico Consultivo sobre a Evolução do Vírus SARS-CoV-2 (conhecido como TAG-VE), a OMS, avalia periodicamente as novas sub linhagens da Ômicron a fim de relatar alterações em relação aos riscos para a saúde.

Em artigo publicado este ano, a edição americana da revista National Geographic  relata que o aumento das infecções teve início em junho de 2023, como consequência do número recorde de viagens durante o verão do Hemisfério Norte e das altas temperaturas e ondas de calor que o mundo vem enfrentando. “As altas temperaturas forçaram as pessoas a se reunir em ambientes fechados e com ar condicionado, permitindo que o vírus se espalhasse facilmente. Isso alarmou a OMS e elevou a EG.5 como variante preocupante”, informa o artigo.

No Brasil, o Ministério da Saúde (MS) recebeu, em meados de agosto, a notificação de um caso da variante EG.5 no estado de São Paulo. Tratava-se de uma paciente com 71 anos de idade, que, de acordo com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) está curada. Os primeiros sintomas (febre, tosse, fadiga e dor de cabeça) apareceram no final de julho e a coleta para exame laboratorial foi realizada em 8 agosto. A informação é de que a senhora  estava com o esquema vacinal completo.