O jornal Financial Times fez em New Orleans uma entrevista com o autor da biografia de Elon Musk, que começa a ser comercializada nesta terça (12). O jornalista e escritor Walter Isaacson é responsável também pelas biografias de Steve Jobs, Benjamin Franklin, Leonardo da Vinci e Albert Einstein.
Musk decididamente está em boa companhia.
Isaacson disse a Gillian Tett, do FT, que Musk informou-lhe ser bipolar – mas jamais havia sido diagnosticado. E que teria rapidamente topado ser biografado por Isaacson, por, na interpretação do biógrafo, “amar história e considerar-se uma figura histórica”, além de querer “surpreender as pessoas com sua franqueza e brutal honestidade”.
E franqueza – ou acesso ao que Musk poderia querer naturalmente interditar ao escritor – Isaacson teve. Foram dois anos de contato íntimo e total.
Ele conta que teve acesso às reuniões que culminaram com a compra do ex-Twitter; que participou de decisões que poderiam gerar reclamações de acionistas da Tesla – “eu me preocupava mais com isso do que ele”; e ainda observou, em tempo real, negociações de Musk com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para suprir internet por satélite para o país durante a invasão russa por sua companhia Starlink.
Musk disse sem mais aquela ao ucraniano que sua rede por satélite de baixa altitude não estaria disponível na Crimeia e nas áreas pleiteadas pelos russos.
Isaacson ainda disse a Tett o que qualquer biógrafo gostaria de ouvir de seu biografado: “Elon é mercurial, mas ele nunca me disse para não colocar alguma coisa no livro”.