Placas tectônicas se mexeram no Exército Brasileiro nos últimos dias. Atual comandante da arma, o general Tomás Paiva baixou um édito, ou melhor, uma “ordem fragmentária”, tentando reduzir a temperatura no médio e alto oficialato, mas também no chão de fábrica.
A medida interna, publicada na sexta (18), tenta fazer ver aos comandados de que a força é “coesa, integrada à sociedade e em permanente estado de prontidão” e que há um desconhecimento da sociedade em relação àquilo que faz a arma. Talvez fosse o caso de melhorar a área de relações públicas, mas relevemos.
“Os quadros da Força devem pautar suas ações pela legalidade e legitimidade, mantendo-se coesos e conscientes das servidões da profissão militar, cujas particularidades tornam os direitos e os deveres do cidadão fardado diferentes daqueles dos demais segmentos da sociedade”, reza o documento.
O evento foi o prólogo de um encontro de Paiva e seus homólogos da Marinha e da Aeronáutica com o ministro da Defesa, José Múcio, e o presidente Lula no Alvorada, na tarde de sábado (19).
Tratou-se ali de buscar algo que deveria ser “default”, ou seja, um compromisso minimamente civilizado das Forças Armadas com o país e com os chefes da República. Com as investigações sobre os atos de 8 de janeiro e do caso dos presentes sauditas passados nos cobres pela casa militar de Bolsonaro, personagens do Exército poderiam estar ressabiados com as possíveis punições.
Com tudo isso, segundo o jornal O Globo, Lula levou à mesa promessas de investimentos para as Forças, com R$ 53 bi sendo reservados para os fardados.