Haddad pede mudança de organismos internacionais, mas pega leve com G7

Fernando Haddad || Crédito: Joédson Alves/Agência Brasil

Na Cúpula do Brics, ministro da Economia diz que “potências emergentes” estão a se modificar e que Brasil não quer antagonismo com outros “fóruns importantes”

Desde que fez em entrevista inconfidências sobre a força da Câmara Federal – aquela que quereria “humilhar” outros poderes – e tomou invertida humilhante, dir-se-ia a propósito, de Arthur Lira, Fernando Haddad submergiu.

A conta do ex-Twitter do ministro da Fazenda travou no dia 14 de agosto, sintomaticamente. Nesta terça (22), contudo, na abertura da 15ª Cúpula do Brics, ele voltou à cena. Em discurso, pediu a reforma de organismos internacionais, em consonância com o que fala Lula em encontros com outros líderes globais.

(Lula fala especialmente de mudanças no vetusto Conselho de Segurança da ONU, herança da Segunda Guerra).

“Nós, brasileiros, acreditamos que os organismos internacionais precisam de alguma forma refletir esse novo contexto global em que potências emergem, em que países se desenvolvem, em que modificam a face do planeta à luz da dinâmica econômica, social e política que atinge todo o globo”, disse.

Mas o ministro, que sabe suavizar seu discurso – ainda mais neste pós-Lira –, fez questão de pegar leve, utilizando a palavra “antagonismo” justamente para se distanciar dela.

“Nós acreditamos que o Brics tem grande contribuição a dar. Brasil, África do Sul, Índia, China e Rússia podem, cada um a partir de sua perspectiva, oferecer ao mundo uma visão que seja coerente com seus propósitos e que não signifique nenhum tipo de antagonismo a outros fóruns importantes dos quais nós mesmos participamos.”

Ah bom! O G7 pode dormir aliviado.